Polícia prende 19 ativistas que
promovem protestos contra Copa
A manifestante Elisa Quadros, conhecida como Sininho |
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deteve na véspera da final da Copa
do Mundo, 19 ativistas de grupos que promovem protestos contra a
competição, suspeitos de participação em atos violentos.
Os militantes, incluindo um professor de história, são acusados de
comprar fogos de artifício utilizados em uma manifestação ocorrida
no início deste ano e que provocaram a morte do cinegrafista
Santiago Andrade.
Entre os presos está a estudante Elisa Quadros Pinto Sanzi, a
Sininho, que se destacou por participar de diferentes protestos no
ano passado e considerada uma das lideranças dos "Black Block". Ela
foi detida na casa do namorado em Porto Alegre, em uma operação
auxiliada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, e foi trazida
para o Rio de Janeiro.
A ação foi realizada em cumprimento dos mandados de prisão
temporária expedidos pela 27ª Vara Criminal do Rio.
Conforme os delegados responsáveis pela operação, nas casas dos
acusados foram apreendidos máscaras contra gás lacrimogêneo, uma
pistola, material explosivo e memórias de computador que registram
as comunicações dos militantes.
Polícia do Rio exibe material apreendido em prisões realizadas às vésperas da final da Copa do Mundo |
A polícia nega que a operação tenha como objetivo impedir que os
militantes reforcem os protestos previstos para acontecer durante a
final da Copa, disputada entre Argentina e Alemanha no Maracanã, no
Rio de Janeiro. Os protestos, dois deles no entorno do estádio (na
Praça Afonso Pena e Praça Saens Peña, ambas na Tijuca), estão
programados para acontecer durante todo o domingo em diversas
cidades.
Segundo a organização de direitos humanos Justiça Global, as
detenções foram ordenadas na quinta-feira passada e cumpridas apenas
na véspera da final para impedir que os militantes participem dos
protestos do domingo. As detenções por período mínimo de cinco dias
e em um dia em que os defensores públicos não trabalham "evidenciam
o propósito único de neutralizar, reprimir e amedrontar aqueles e
aquelas que têm feito da presença na rua uma das suas formas de
expressão e luta por justiça social", disse a organização em
comunicado.
Alguns militantes Black Block são investigados por possível
responsabilidade na morte do cinegrafista Santiago Andrade, ocorrida
em fevereiro quando cobria uma manifestação no centro do Rio de
Janeiro.
Apesar de terem perdido a força nas últimas semanas, os protestos
contra a Copa estão entre as principais preocupações das
autoridades. O secretário de Segurança Pública do estado do Rio de
Janeiro, José Mariano Beltrame, anunciou que acontecerá "a maior
operação de segurança que a cidade e o país viram", e prevê a
mobilização de 25.787 policiais.
Além de possíveis enfrentamentos entre torcedores e incidentes pelo
excessivo consumo de álcool, as autoridades temem que Black Block se
infiltrem nas manifestações, inicialmente pacíficas, e promovam atos
de vandalismo como os ocorridos o ano passado na final da Copa das
Confederações também na Maracanã.
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