quarta-feira, 9 de julho de 2014


Lucro do Banco do Vaticano cai 97% após reforma do papa Francisco
IOR atribuiu a queda do lucro em 2013 aos custos da reforma e a operações ruins


O lucro líquido do Banco do Vaticano desabou em 2013, ao passar de € 86,6 milhões a € 2,9 milhões (queda de 96,6%), em grande parte pelos excepcionais custos do processo de reforma, anunciou a instituição em um comunicado. O Instituto para as Obras de Religião (IOR), o nome oficial do banco comercial do Vaticano que o papa Francisco decidiu preservar, mas com uma reforma, anunciou mudanças em sua direção.
O IOR atribuiu a queda do lucro em 2013 aos custos da reforma, mas também a algumas operações ruins. Entre estas, cita um caso de perda de € 15,1 milhões, sem entrar em detalhes. O cardeal italiano Tarcisio Bertone, secretário de Estado de Bento XVI, foi criticado pela imprensa italiana por ter favorecido uma arriscada operação em benefício de um amigo, produtor de televisão católico, justamente pelo valor de € 15 milhões.
Outra novidade no IOR é que todas as contas de clientes serão controladas a partir de agora, segundo o comunicado. “Apenas serão autorizados a ter contas no IOR as instituições católicas, os membros do clero, os funcionários ou ex-funcionários do Vaticano (para salários e aposentadorias), as embaixadas e diplomatas credenciados na Santa Sé”.
Em 31 de dezembro de 2013, o IOR tinha 17.419 contas, contra 18.900 em 2012. Destas, 5.043 eram contas de instituições católicas (80% dos recursos) e 12.376 contas individuais (20%). Além disso, com o início da “fase II” da reforma, o IOR confirma a chegada de uma nova equipe de direção, que vai trabalhar com uma nova estrutura de comando.
O alemão Ernst von Freyberg, nomeado por Bento XVI pouco antes de sua renúncia, deve deixar o cargo. Segundo a imprensa francesa, o favorito para o cargo é o francês Jean-Baptiste de Franssu, que dirige uma consultoria de fusões e aquisições, e colabora sem receber nada na reforma econômica do Vaticano há um ano.
A reforma da controversa gestão das finanças do Vaticano é um dos maiores desafios para o papa argentino, que prometeu após sua eleição, em março de 2013, colocar ordem no IOR, com controles mais rígidos na instituição conhecida pelo envolvimento em vários escândalos de lavagem de dinheiro.

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