Dilma tem rejeição recorde para esta fase da campanha
O principal problema para Dilma Rousseff não é a sua taxa de intenção de
votos estar em 36%, mas o fato de ela não conseguir se livrar a alta
taxa de rejeição ao seu governo, agora em 29%, segundo a pesquisa do
Datafolha dos dias 15-16.jul.2014.
Mesmo Lula, enfrentando o rescaldo do mensalão, em 2006, tinha uma
rejeição menor ao seu governo nesta época da campanha – de 21%, em 17 e
18 de julho daquele ano.
Quando se trata da rejeição pessoal, Dilma é descartada por 35% dos
eleitores. É uma taxa, para este momento da campanha, mais alta do que a
de todos os outros candidatos a presidente vencedores em todas as
eleições desde 1994.
Em 2010, Dilma era rejeitada nesta fase da campanha por 20% dos eleitores.
Em 2006, a taxa de rejeição a Lula (não ao seu governo) era de 31%. Em 2002, o petista era descartado por 32%.
O tucano Fernando Henrique Cardoso, no início de julho em 1994 e 1998, tinha taxas de rejeição de 16% e 21%, respectivamente.
É necessário registrar que a presidente Dilma tem feito um grande
esforço de marketing nas últimas semanas. A pesquisa Datafolha foi
realizada em meio a uma super exposição da petista, recebendo mais de
uma dezena de chefes de Estado em Brasília – fazendo o papel de
“rainha”, como costuma dizer seu marqueteiro, João Santana.
Nas semanas anteriores, o país viveu em regime de semiferiado, com a Copa do Mundo alegrando a todos.
Mas o mau humor contra Dilma não passa. Basta olhar para o gráfico acima
para perceber que a presidente nunca se recuperou do baque das
manifestações de junho de 2013.
É bem verdade que os outros candidatos que são adversários diretos da
petista também não apresentam um desempenho muito positivo, longe disso.
Mas quando se observa a taxa de rejeição aos demais a situação é
prospectivamente mais confortável que a de Dilma. O tucano Aécio Neves é
rejeitado por 17%. Eduardo Campos, do PSB, tem uma taxa de rejeição de
12%. Os dois opositores têm, em tese, mais espaço disponível para
garimpar votos.
Em resumo, Dilma lidera, mas sua situação está longe de ser tão
tranquila como desejaria o PT e o marketing da campanha a esta altura.
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