Ministros citam o petista
mensaleiro José Dirceu em votos do Banco Rural
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José
Dirceu |
A participação em reuniões com o ex-ministro da Casa Civil, José
Dirceu, serviu de prova para três ministros do Supremo Tribunal
Federal condenarem por gestão fraudulenta a ex-presidente e
acionista do Banco Rural, Kátia Rabello. A referência reforça a tese
do Ministério Público de que o petista José Dirceu era o mentor e
chefe do esquema do Mensalão do PT. Os ministros Marco Aurélio
Mello, Rosa Weber e Carlos Ayres Britto afirmaram que os encontros
de Kátia Rabello com José Dirceu foram mais um elemento a contribuir
para a convicção de que os empréstimos de R$ 32 milhões feitos pelo
banco ao PT e às empresas de Marcos Valério, operador do Mensalão do
PT, eram simulados e foram fundamentais para o esquema. Para eles, o
Banco Rural teria interesse em interferir no processo de
levantamento da liquidação extrajudicial do Banco Mercantil de
Pernambuco. Segundo o Ministério Público, essa medida poderia render
R$ 1 bilhão ao Banco Rural. Marco Aurélio Mello usou o encontro com
José Dirceu para condenar a cúpula do Banco Rural. "Esse contexto é
condizente a assentar-se a culpa de Kátia Rabello e (do
ex-vice-presidente operacional) José Roberto Salgado, não pelas
simples condições que tinham em termo de cargos no banco, mas dos
contatos mantidos com Marcos Valério e com o chefe do Gabinete Civil
da Presidência da República José Dirceu, outro acusado neste
processo", disse ele. Rosa Weber já tinha citado os encontros. Ela
destacou que as reuniões foram marcadas por Marcos Valério, que
faria "lobby" para o Banco Rural. Por isso, na visão dela, seria
"inverossímil" que a cúpula do banco não tivesse conhecimento das
fraudes nas operações de crédito. O presidente do Supremo também fez
referência indireta às reuniões entre Kátia Rabello e José Dirceu.
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