Justiça de Jersey rejeita recurso
de Maluf
|
Paulo Maluf |
Os advogados de Paulo Maluf sofreram uma derrota na Justiça de
Jersey e a Corte Real da ilha inglesa rejeitou mais uma tentativa de
adiar o julgamento em relação ao destino do dinheiro que estaria
congelado em contas no paraíso fiscal. Para a corte, a iniciativa
dos advogados de Maluf de apresentar um recurso era "tático" e
concorda com a versão dos advogados da prefeitura de São Paulo de
que os argumentos para pedir o adiamento seriam "cínicos". Há cerca
de um mês, a Corte concluiu as audiências em torno do caso aberto
pela prefeitura de São Paulo para reaver o dinheiro que Maluf teria
desviado das obras da Avenida Águas Espraiadas e que estariam no
paraíso fiscal. O julgamento permitiu que, pela primeira vez em uma
década, documentos fossem liberados mostrando que a família de Maluf
administrou contas no Exterior, algo que o ex-prefeito sempre negou.
Uma decisão deve ser tomada nos próximos meses. Mas, enquanto isso,
a corte tem sido obrigada a se pronunciar sobre tentativas dos
advogados de Maluf de impedir que uma decisão seja anunciada. Numa
decisão tomada no dia 22 de agosto e que foi divulgada agora, a
corte revela como os advogados do ex-prefeito tentaram, já em 4 de
julho, incluir novos elementos ao processo e, assim, pedir que a
audiência fosse adiada. Uma primeira decisão rejeitou o pedido. Mas
os advogados de Maluf voltaram a insistir com a tese e apelar da
decisão. Uma vez mais a corte a rejeitou, no dia 28 de agosto. Os
advogados de Maluf insistiam em mudar algumas de suas respostas que
haviam dado no processo, dois anos depois que elas foram entregues
ao juiz, o que atrasaria o andamento do caso. Entre os motivos da
rejeição, a corte estima que as explicações que os advogados de
Maluf gostariam de incluir poderiam ter sido apresentadas "durante
as audiências". O que os advogados de Maluf queriam incluir, segundo
os documentos da Corte, seriam "declarações legais de advogado "P.G.
de M. Lopes". O jurista, ainda segundo a Corte, seria um sócio do
escritório Leite Tosto e Barros Advogados, justamente quem fala em
nome de Maluf no Brasil. Há um mês, esse mesmo escritório rejeitou a
informação de que os advogados que estavam presentes em Jersey
representavam Maluf. No mais recente documento, a corte relembra
que, já em 2009, o mesmo Lopes tentou "sem sucesso desafiar a
jurisdição da corte". Isso provaria que ele já conhecia o dossiê
desde então.
Nenhum comentário:
Postar um comentário