sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Produtores brasileiros de grãos pedem seguro agrícola de modelo norte-americano
Os produtores norte-americanos de grãos, que tiveram perdas agrícolas maiores do que as registradas no Brasil em função da seca deste ano, parecem menos preocupados do que os agricultores brasileiros que também contabilizam os prejuízos provocados pela estiagem que afetou o Sul e Nordeste. A constatação é de um grupo de produtores de soja do Brasil que está percorrendo estados produtores dos Estados Unidos desde o início da semana. A justificativa para o clima de tranquilidade nos campos americanos é o programa de seguro agrícola local. “O governo dos Estados Unidos mantém um programa de seguro que dá segurança real para o produtor. Os americanos estão vivendo a maior quebra de safra e estão sendo prejudicados na totalidade do território, mas o seguro garante rentabilidade para o produtor”, afirmou Nelson Picolli, diretor financeiro da Associação de Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja). Cada agricultor norte-americano investe cerca de US$ 30,00 por acre – 1 hectare equivale a 2,4710 acres - para que, em caso de desastres naturais como uma seca prolongada, o governo retorne um percentual calculado com base no referencial de preço do cereal praticando no mês de fevereiro e na média de produtividade dos últimos dez anos. A comparação entre os sistemas de seguro agrícola dos dois países reacende antigo embate entre produtores e governo em torno de um modelo de garantias agrícolas. Enquanto nos Estados Unidos o seguro agrícola mantido pelo governo garante a rentabilidade do produtor, no Brasil, as modalidades mais contratadas ainda limitam-se a garantir a capacidade de pagamento de dívidas com crédito rural.
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