quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Analistas veem transmigração sem precedentes de profissionais de alto nível
Um professor se muda de Roma para Nova York; um advogado segue de Sydney a Hong Kong depois de uma temporada nas Ilhas Cayman; um executivo português deixa a Cidade do México com destino a Bogotá; um violinista parte da Sérvia para morar no Reino Unido. Movimentos de profissionais como esses na atual escala eram impensáveis há dez anos. A migração para outros países de pessoas com educação de alto nível originárias de nações de média alta de renda aumentou 44% entre 2000 e 2006, segundo um estudo publicado recentemente pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nos países de baixa renda, os movimentos entre fronteiras também aumentaram significativamente, em 28%. As transferências dentro de empresas nos países desenvolvidos cresceram 39% entre 2005 e 2008, e isto não inclui as transferências entre companhias na Área Econômica Européia (que abrange os países da União Européia mais Noruega, Liechtenstein e Islândia) inclui, diz o analista político da OCDE Jonathan Chaloff, as quais "podem ser consideráveis". Segundo ele, "está claro que há uma tendência a um aumento, não interrompido pela crise econômica". Empresas multinacionais e organizações governamentais confirmam esta visão. A empresa Brookfield Global Relocation Services é um dos facilitadores destes movimentos profissionais, assim como outras recrutadoras que atuam em mercados internacionais como SHL, Hays e Cepa. A Brookfield realiza pesquisas anuais entre seus 250 clientes corporativos e de negócios, e ajuda no traslado de cerca de 50 mil pessoas por ano em 110 países. Sua pesquisa mais recente indica que 61% de seus clientes esperam ainda mais transferências de empregados. Um estudo da Hays, em conjunto com a consultoria Oxford Economic Forecasting, indica que "as empresas enfrentam o mesmo desafio fundamental: a escassez de pessoal e de certo tipo de know-how em certas partes do globo", e isto em "um mundo com 7 bilhões de habitantes e com muitos países com nível recorde de desemprego". A Hays faz a colocação de 50 mil pessoas no mercado de trabalho por ano, além de mais 100 mil em contratos temporários. A própria empresa, que começou operando apenas na Grã-Bretanha, hoje emprega 7 mil funcionários em todo o mundo. "Há três ou quatro anos, os movimentos principais foram entre o Reino Unido e Australásia (Austrália e Nova Zelândia), mas enquanto mais organizações precisam mover empregados, nós estamos expandindo, e agora operamos em 31 países", diz o diretor da Hays, Charles Logan.
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