sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Relatório final sobre derramamento no Golfo culpa BP e outros
O inquérito do governo americano sobre as causas da tragédia na plataforma de petróleo Deepwater Horizon, no Golfo do México, culpa a BP PLC e empresas que prestavam serviços à petrolífera por uma série de decisões arriscadas e critica o próprio governo por falhas na supervisão.O documento — emitido pelo Birô de Gestão de Energia Oceânica — contém cerca de 50 recomendações de mudanças para elevar a segurança da atividade de exploração de petróleo em águas profundas. Isso inclui mudanças para assegurar que gás não seja sugado por turbinas e um reforço dos mecanismos de prevenção a explosões, uma série de válvulas designadas para ser a última linha de defesa caso a equipe perca o controle do poço.
O governo também quer exigir dos operadores relatórios mais detalhados sobre problemas no controle do poço, o que permitiria aos regulamentadores determinar pela primeira vez se certas empresas têm mais propensão a acidentes.
O relatório diz que as regulamentações do governo poderiam ser fortalecidas e sugere mais inspeções de surpresa às plataformas em águas profundas. The Wall Street Journal revelou no ano passado que a agência regulamentadora praticamente interrompeu esse tipo de inspeção de surpresa.
De maneira geral, o relatório concluiu que a morte de 11 trabalhadores da plataforma Deepwater Horizon e o derramamento de petróleo "foram resultado de má gestão de risco, mudanças de plano de última hora, falha na observação e resposta a indicadores críticos, resposta inadequada dos controladores do poço e treinamento insuficiente para resposta a emergências" O relatório põe a culpa na BP, que é dona do poço e estava no comando das operações; na Transocean Ltd., dona da plataforma de perfuração; e na Halliburton Co., responsável pelas operações processo de cimentação.
O relatório é resultado de uma investigação do incidente que levou 17 meses. A explosão em abril de 2010 provocou o pior vazamento de petróleo no mar da história dos Estados Unidos.
A principal causa do acidente foi a incapacidade da camada de cimento no fundo do poço de impedir a subida de petróleo e gás, conclui o relatório. O documento acrescentou que não foi possível determinar "razões precisas" para a falha do cimento.
O relatório isenta a Transocean, dona da plataforma e do maquinário, de falhas na manutenção do mecanismo de prevenção de explosões, projetado para fechar o poço em caso de emergência. mas critica a empresa por duas falhas cruciais. Em vez de permitir que o gás que estava vazando escapasse, a equipe da Transocean usou um equipamento para manter o gás na plataforma. O relatório diz que o controle manual da plataforma pela equipe da Transocean foi ambíguo e que os empregados deveriam estar melhor preparados. Também culpa um funcionário da Transocean de falhar ao não alertar imediatamente os operadores das turbinas que o gás havia sido detectado.
A BP concordou com as principais conclusões do relatório e informou que o acidente aconteceu devido a múltiplas falhas de múltiplas partes. A petrolífera britânica acrescentou que vem arcando com suas responsabilidades desde o princípio e que continua "encorajando outras partes a reconhecer seus papéis no acidente e fazer mudanças que ajudem a prevenir acidentes similares no futuro."
A Halliburton e a Transocean ainda não comentaram as conclusões do relatório.
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