Dilma sanciona lei que abre mercado de TV a cabo

A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que abre o mercado de TV a
cabo para as empresas de telecomunicações nacionais e estrangeiras e
define cotas nacionais de programação. A nova lei, que deve ser
publicada nesta terça-feira - 13 de setembro - no Diário Oficial da
União, derruba a legislação específica para TV a cabo até então em vigor
e unifica a regulamentação de TV por assinatura, seja via satélite,
cabo ou micro-ondas. O texto tramitava no Congresso Nacional há quatro
anos. O Palácio do Planalto fez apenas dois vetos ao texto encaminhado
pelo Senado Federal. Um deles trata de parágrafo que afirmava que "os
critérios e formas de divulgação de classificação serão definidos pelas
programadoras". Com o veto, o Ministério da Justiça mantém a
responsabilidade sobre definição de classificação indicativa na TV paga.
O outro veto trata de trecho que permitia que o SAC (Serviço de
Atendimento ao Consumidor) pudesse ser cobrado. Com a aprovação do
projeto, empresas estrangeiras poderão explorar sem restrições o mercado
de distribuição de TV a cabo. Pela regra atual, elas só podiam atuar
por meio de outras empresas, com participação limitada em 49%. As
empresas de telefonia fixa poderão vender os chamados "combos" de TV
paga, telefone e banda larga. Elas continuarão de fora do processo de
produção de conteúdo. A lei define ainda cotas para produção nacional.
Os canais deverão veicular, durante o horário nobre, que vai das 18 às
22 horas, três horas e meia por semana de conteúdo produzido no Brasil. A
lei prevê ainda que metade da cota nacional de programação seja
produzida por empresas que não vinculadas a grupos de radiodifusão. Será
um total semanal de uma hora e 45 minutos de programação independente. O
mercado já aposta em mudanças no setor com a aprovação da lei. O
negócio mais esperado é a troca de comando na Net, hoje controlada pelas
Organizações Globo. O empresário mexicano Carlos Slim e dono da
Embratel, sócio na TV a cabo, deve assumir o controle da empresa. A
Telefônica deverá assumir o controle da TVA.
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