Depois de “inagurados”, cinco portos fluviais, quatro deles concluídos no ano passado, tiveram de ser refeitos ou reformados.
Os portos que apresentaram problemas custaram aos cofres públicos R$ 44 milhões.
Desse total, R$ 33,6 milhões desceram à caixa registradora do estaleiro Eram (Estaleiro do Rio Amazonas) , classificado no site do próprio Dnit como empresa "inidônea".
Os portos problemáticos foram erguidos no Amazonas, Estado de Alfredo Nascimento (PR), apeado do cargo de ministro sob denúncias de malfeitos.
O vídeo abaixo exibe cenas captadas no Porto de Humaitá, no Rio Madeira. Uma elevação das águas lançou toras sobre a estrutura metálica, arqueando-a.
O porto fora “inaugurado” em março de 2010. Presentes, o então ministro Nascimento e a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na época pré-candidata ao cargo de presidente.
A obra custou ao erário R$ 12,8 milhões. Foi tocada pelo Eram (Estaleiro do Rio Amazonas), aquele que o Dnit diz ser “inidôneo”.
Ouvida, a assessoria de imprensa da pasta dos Transportes alegou o seguinte:
Houve em Humaitá “acúmulo de troncos de árvores, vegetação e cipós, ocasionando esforço acima do dimensionado.”
Dito de outro modo: Nascimento e Dilma “entregaram” um porto que, antes mesmo de entrar em operação, revelou-se um empreendimento precário.
Noutro porto, o de Itacoatiara, a ponte que dá acesso ao cais flutuante cedeu. A despesa do conserto foi atribuída à firma Eram. Coisa de R$ 9,2 milhões.
O terminal de Manaquiri, outra obra da Eram, orçada em R$ 3,8 milhões, operou por apenas um mês. Falha na operação, informa a assessoria dos Transportes.
O porto de Manaquiri fora inaugurado, sob fanfarras, em 17 de março de 2010. Presentes, o ministro Nascimento e políticos amazonenses.
No porto de Manacapuru, o rompimento de cabos de aço de ancoragem levou ao deslizamento de pontes.
“Acúmulo de sedimentos [troncos de árvores e mato]”, alega o ministério. A obra, também à cargo da Eram, sorveu R$ 7,9 milhões. Permanece inconclusa.
Coube ao 2o Grupamento de Engenharia do Exército tocar a obra do Porto de Parintins, outro que apresentou problemas.
Neste caso, a inauguração ocorreu em 2006. Três anos depois, em 2009, o Rio Amazonas subiu além do esperado. As águas invadiram o porto.
O empreendimento teve de ser reconstruído. A obra original custara R$ 14 milhões. A nova foi orçada em R$ 10,8 milhões.
Eis o que diz o ministério: “O Exército desenvolveu projetos a partir dos quais foram executadas obras de readequação do empreendimento…”
Visavam “…evitar a invasão das águas do rio na área do terminal e aperfeiçoar o sistema de atracação das embarcações.”
O terminal de Parintins deveria ter sido reinaugurado por Nascimento em 17 de junho. Porém, a licença ambiental da obra encontrava-se vencida.
Duas semanas após, Nascimento foi engolfado pelo escândalo que converteu o ministério num porto inseguro.
O ministro foi soterrado. E a reinauguração, suspensa.
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