Contagem regressiva: só acordo político pode impedir que os EUA entre em moratória
Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reúne com os líderes do Congresso, crescem as especulações sobre as consequências para a economia do país e do restante do mundo se fracassarem as negociações políticas para evitar a moratória da dívida do Tesouro americano. Desde 16 de maio, quando atingiu o limite do teto de endividamento público, no valor de US$ 14,294 trilhões, o governo manobra para poupar e honrar seus pagamentos. Mas se democratas e republicanos não costurarem um consenso para elevar a capacidade de endividamento até o próximo dia 2 de agosto, o calote será inevitável e inédito.
Cada americano nasce hoje com uma dívida de U$ 143 mil. Com PIB de US$ 14,7 trilhões em 2010, a dívida pública gira em torno dos 90% do PIB. As projeções para 2016 apontam crescimento da dívida para US$ 21 trilhões. Mark Weisbrot, economista do Center for Economic and Policy Research, aconselha, porém, que não se perca tempo com temores sobre um calote.
- O mercado trabalha com risco zero de que isso ocorra e eles parecem saber algo. Se o Congresso não autorizar o novo teto de endividamento, a primeira coisa que acontecerá é um sav crash nas Bolsas. Os bancos possuem títulos da dívida que perderiam seu valor. Wall Street seria o primeiro local atingido, mas eles são donos do Congresso e deste país, não permitirão que isso ocorra. É uma situação de refém: os sequestradores têm a arma apontada, mas sem bala.
Atualização: Numa reunião que durou 75 minutos, neste domingo à noite - 10 de julho, na Casa Branca, líderes do governo e líderes republicanos não conseguiram chegar a um acordo sobre o aumento do teto da dívida dos EUA que está em 14,3 trilhões de dólares.
Uma das questões pendentes é a redução dessa dívida. O governo insiste em diminui-la na base do corte nos gastos públicos e aumento de impostos para os mais ricos, com o objetivo de obter uma redução de 4 trilhões num prazo de dez anos.
Os republicanos não admitem aumentar impostos e são favoráveis a um pacote menor, de 2 trilhões de dólares, unicamente com base em corte de despesas.
Obama deixou claro que o país está correndo contra o relógio e se um acordo não for alcançado até o dia 2 de agosto, o governo não terá condições de honrar seus compromissos, pela primeira vez na história, com risco até de aposentados e pensionistas ficarem sem o cheque do Seguro Social.
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