sábado, 4 de junho de 2011

O apartamento de Palocci em São Paulo

A mais recente edição da VEJA conta a história do o mega-apartamento que o ministro Antonio Palocci aluga há quatro anos, em São Paulo, de 640 metros quadrados, pertence a uma empresa de fachada que está em nome de um laranja de 23 anos, que mora em um casebre de fundos na periferia de Mauá, no ABC paulista, ganha R$ 700 por mês e teve o celular bloqueado por falta de pagamento. Não obstante, ele é “dono” de um apartamentaço com quatro suítes, três salas, duas lareiras, todo ladeado por varandas, avaliado em R$ 4 milhões. Não se aluga um igual por menos de R$ 15 mil; o condomínio chega R$ 4.600, e a parcela mensal de IPTU é de R$ 2.300.

Até que se prove que o laranja tem alguma ligação com Palocci, de nada o ministro pode ser acusado.
Ele alugou o apartamento à imobiliária. Não tinha obrigação de saber quem era o dono dele. Se o tivesse comprado seria diferente.
A paixão política não pode eclipsar a racionalidade. A competição pela autoria do "último tiro", também não.

Cópia do contrato firmado entre o ministro Antonio Palocci, Chefe da Casa Civil da presidência da República, e a imobiliária Morumbi Administração de Bens Ltda.





VEJA resolveu saber quem era o dono do apartamento que o ministro Antonio Palocci aluga. De acordo com 14º Ofício de Registro de Imóveis de São Paulo, ele pertence à Lion Franquia e Participações Ltda.
E quem é o dono da Lion? São dois sócios: Dayvini Costa Nunes, com 99,5%, e Felipe Garcia dos Santos, com 0,5%. Felipe tem 17 anos e foi emancipado no ano passado.
Dayvini e Felipe são laranjas. A Lion não existe. Usou endereços falsos nos últimos três anos.
A Lion recebeu o apartamento de um certo Gesmo Siqueira dos Santos, tio de Dayvini, que responde a 35 processos, incluindo falsificação de documentos.

VEJA encontrou Dayvini com os dados sobre a posse do imóvel e a tal Lion. Ele afetou surpresa, disse que não sabia de apartamento nenhum e até ironizou: afirmou que sua vontade era pegar o imóvel que estava em seu nome, vender, pagar as contas e comprar uma boa casa para a família.





Na sexta-feira - 3 de junho -, no entanto, Dayvini telefonou para a VEJA para mudar a sua versão. Sim, ele é laranja da Lion, mas afirmou que participou da fraude.

Reprodução de trecho da sua segunda entrevista:
VEJA - Um homem ligou dizendo ser seu tio. O que ele quer?
Dayvini - Desde que você falou comigo, não consigo dormir, por causa dessas coisas que envolvem pessoas com quem não tenho como brigar, como o Palocci, entendeu? Eu não tenho como bater de frente com essas pessoas. Sou laranja.

VEJA - O seu tio disse que o senhor sabia que era laranja.
Dayvini - Ontem, quando você chegou na minha casa, estava um pouco nervoso.

VEJA - O senhor mentiu ontem ou está mentindo agora?
Dayvini - Eu menti ontem.

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