domingo, 5 de junho de 2011

Motim de bombeiros foi dissolvido a bala pelo Bope e 439 foram presos no Rio

O motim é de caráter militar e é inédito na história da PM do Rio.
Os bombeiros do Rio de Janeiro estão fazendo operação-padrão, após a prisão 439 pessoas, envolvidas na invasão do quartel central da corporação, reivindicando melhores salários. O atendimento deve ser prestado apenas em casos de urgência extrema.

INVASÃO
O quartel central do Corpo de Bombeiros do Rio foi ocupado na sexta-feira à noite - 3 de junho - por cerca de 2.000 manifestantes, de vários batalhões da cidade, alguns acompanhados por familiares - mulheres e crianças - que reivindicam melhores salários. Durante quase cinco horas - das 21h às 2h - o comandante geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte, esteve no local negociando com os invasores. Ao longo da madrugada, alguns bombeiros deixaram o quartel. Policiais militares do Batalhão de Choque invadiram às 6h de sábado - 4 de junho - o quartel com o uso de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação. O comandante do batalhão de choque, Valdir Soares, ficou ferido durante a ação. Uma criança de dois anos foi atendida no hospital Souza Aguiar por ter inalado gás, mas já foi liberada. A informação inicial era de que cerca de 600 bombeiros foram presos após a invasão e transferidos - em um forte esquema de segurança - para a Corregedoria da Polícia Militar em São Gonçalo, na região metropolitana no Rio, na manhã de sábado - 4 de junho.
No entanto, a PM confirmou posteriormente que são 439 presos.

"VÂNDALOS"
Em entrevista coletiva no sábado - 4 de junho, o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB), qualificou os bombeiros que invadiram o quartel de "vândalos irresponsáveis" e a invasão de ação "inaceitável do ponto de vista do Estado de Direito democrático e do respeito à instituição centenária, admirada pelo povo do Rio de Janeiro". Cabral refutou a alegação dos manifestantes de que recebiam o pior salário do país, dizendo que, em seu governo, a corporação está tendo pela primeira vez um plano de recuperação salarial. 'Não é verdade [que é o pior salário do Brasil]. E mesmo que fosse, não se justificaria a entrada no quartel, agindo contra a instituição. É intolerável', afirmou. De acordo com o governador, o salário médio dos bombeiros é de R$ 1.500 e chegará a R$ 2.000 no final do ano. Há cerca de um mês os bombeiros estão em campanha salarial. Eles reivindicam um aumento de R$ 950 para R$ 2.000, além de melhorias em suas condições de trabalho.

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