Filhos adotivos da dona do "Clarín" fazem teste de DNA na Argentina
Ernestina Herrera de Noble e seus filhos
Os filhos adotivos da dona do jornal argentino "Clarín" foram ao Banco Nacional de Datos Genéticos (BNDG) do hospital Durand, de Buenos Aires, para fazer testes de DNA, em cumprimento a uma ordem judicial que investiga se seriam filhos de desaparecidos durante a ditadura (1976- 1983). "Depois de dez anos de adiamentos, cumpre-se hoje a lei", disse à imprensa Alan Iud, um dos advogados da entidade humanitária Avós da Praça de Maio, querelante na causa. Marcela e Felipe Noble Herrera, adotados por Ernestina Herrera de Noble (86 anos) quando eram bebês, em maio e julho de 1976, chegaram ao local de automóvel, protegidos por guarda-costas e em meio a uma forte operação de segurança. Os jovens haviam manifestado há uma semana, inesperadamente, a disposição de submeter-se ao teste, com extração de sangue e saliva. A decisão dos irmãos foi tomada 10 anos depois de iniciada a causa judicial que incluiu a detenção, em 2003, por algumas horas, de sua mãe adotiva, que dirige o maior grupo de imprensa da Argentina. O processo de teste levará entre três e quatro semanas. A decisão dos jovens foi anunciada pouco depois de o Tribunal de apelação ter confirmado uma resolução sobre a submissão deles ao teste, de forma obrigatória, como autoriza a lei. As Avós da Praça de Maio estimam que 500 crianças, filhos de desaparecidos, foram roubados e entregues à adoção ilegal durante a ditadura, dos quais 103 recuperaram sua identidade.
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