Cinzas expelidas por vulcão no Chile chegam ao Rio Grande do Sul
Nuvem de fumaça obrigou o cancelamento de 13 voos internacionais no Aeroporto Salgado Filho.

A pluma de cinzas do vulcão chileno Puyehue começou a chegar ao Rio Grande do Sul por volta das 8 horas de terça-feira - 7 de junho. Conforme análise da MetSul Meteorologia, imagens de satélite mostram a nuvem de cinzas entrando no Estado pela Fronteira Oeste (Barra do Quaraí, Quaraí, Uruguaiana e Itaqui).
É difícil ocorrer precipitação de cinzas em locais distantes da erupção, mas não se pode descartar o fenômeno devido à interação da nuvem vulcânica com a nebulosidade presente no território gaúcho. O ciclone extratropical que está se formando na costa terá influência na trajetória de deslocamento das cinzas.
Segundo especialistas consultados pela MetSul, houve uma diminuição na atividade do vulcão na fronteira do Chile com a Argentina, mas cinzas e rochas ainda são expelidas em grande altitude.

Cancelamento de voos
A nuvem de fumaça chegou à Argentina e obrigou o cancelamentos de voos domésticos e internacionais partindo de Ezeiza e Carrasco, assim como as partidas para Patagônia. Mendoza também está com operações afetadas.
A falta de visualização em virtudes das cinzas também levou o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a suspender 13 voos internacionais que faziam ligação entre a Capital gaúcha e Montevidéu, Buenos Aires, Córdoba e Lima. Pelo mesmo motivo, também foram cancelados seis voos domésticos (para Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte).

Nuvens perigosas
As nuvens vulcânicas apresentam em seu componente material semelhante ao vidro e que, em contato com as turbinas, pode derreter e provocar danos, até o apagamento dos motores das aeronaves, segundo o Tenente Coronel Aviador Flavio Antonio Coimbra Mendonça, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).
— Além disso, há o risco da falta de visibilidade e dos gases tóxicos para as tripulações e passageiros— explica.