quinta-feira, 12 de maio de 2011

Tradição cultural de tribo no Quênia legitima estupro de crianças

Na pequena cidade de Isiolo, no Quênia, as mulheres da tribo samburu escondem uma prática cultural brutal por trás de seus tradicionais colares coloridos, um símbolo conhecido do país. De acordo com reportagem da CNN, o colar ( imagem ao lado), dado a meninas por volta dos 12 anos, significam uma permissão para que membros da tribo façam sexo com as presenteadas.
Anna (nome fictício) tem 12 anos e está grávida. A menina ostenta um dos tradicionais colares e conta que foi estuprada por um familiar, uma prática que os Samburus chamam de "beading" (uma menção ao tradicional acessório, "bead" em inglês).
Apesar de serem um símbolo nacional, os colares tribais podem também significar estupros, gravidez indesejadas e até morte dos recém-nascidos, diz a ativista e integrante da tribo Josephine Kulea. No ritual, um familiar próximo aos pais da menina desejada pede permissão aos pais para dar o enfeite à garota. Algumas das crianças não chegam a ter mais de seis anos quando são iniciadas na tradição.
- É como se eles estivessem reservando essas crianças e pré-adolescentes, um noivado temporário, que lhes dá a permissão de ter sexo com elas - explica a ativista, que tem um projeto de ajuda a essas meninas.
A cultura samburu acredita que meninas podem se casar com parentes e, apesar da tradição permitir o sexo com as menores de idade, elas não podem engravidar. O acesso a métodos contraceptivos na tribo, no entanto, é inexistente.
- No final das contas, a maioria engravida e seus bebês acabam morrendo ou são doados para adoção ou ainda são assassinados - conta Josephine.
Quando as meninas samburu atingem a idade adulta, elas devem se casar com alguém de outra aldeia, mas nenhuma conseguirá arranjar um noivo se já tiverem filho. Algumas delas até admitiram que forçaram um aborto antes que a barriga crescesse. Elas só são permitidas a dar a luz, se os bebes forem mortos em seguida. Só as meninas "de sorte" conseguem fugir do destino cruel, dando seus filhos para estranhos.
Philip Lemantile, pai de Nasuto de 14 anos, disse que o ritual é uma forma de impedir a promiscuidade entre as jovens.
- É a nossa cultura, faz parte de nós. Praticamos isso e acreditamos que deve ser assim com essas meninas, acontece que algumas vezes elas engravidam - disse Lemantile.
Para a ativista Josephine, o ritual é uma péssima prática cultural.

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