Tarso - 54,35%Tarso Genro foi eleito com ampla maioria de votos. Durante a transição, procurou trabalhar de forma a agradar todos os lados. Propôs conversar com a oposição (que ficou com 16 deputados de fato: 5 do PSDB, 8 do PMDB, 2 do PPS e 1 do DEM), costurou uma ampla base aliada na Assembleia Legislativa (32 deputados, sendo 14 do PT, 7 do PDT, 1 do PCdoB, 1 do PRB, 3 do PSB e 6 do PTB) e quase atraiu o PP para seu governo (com 7 deputados, hoje o PP vive um conflito entre ser oposição ou ser base). A base foi toda acomodada em seu secretariado, que priorizou o PT (13 secretarias), mas abriu espaço com pastas importantes para os aliados, como a Saúde (PDT), Obras Públicas (PTB), Meio Ambiente (PCdoB) e Infra-Estrutura (PSB).
Fogaça - 24,74%
Yeda - 18,70%
O novo governador recebeu de Yeda Crusius um Estado com finanças arrumadas, obras a pleno vapor e grande capacidade de investimento. Tarso fez de tudo para que seu governo ficasse longe de ser um "Olívio II": abriu diálogo com empresários, agricultores e sindicalistas, todos bem acomodados no Conselhão. Tudo parecia marchar para um governo sem grandes novidades ou surpresas.
Passados 100 dias, o governo de Tarso Genro tem mostrado que o discurso de coalizão ficou só na promessa e ainda demonstra sinais claros de que o governo Olívio ainda é referência para certos atos de Estado. Não que Tarso vá mandar uma Ford embora, ao contrário. Ele tem sido benevolente ao distribuir renúncias fiscais para todos: a Braskem, por exemplo, recebeu recentemente a notícia de que terá incentivos na ordem de R$ 300 milhões. O PT mostra sua marca através dessas contradições insanáveis, que se corporificam também através do empreguismo, do aumento da gastança pública, das vendetas políticas e da leniência com desvios de conduta e corrupção.
Vendetas
A começar pelos três diretores do Irga, nomeados por Yeda Crusius, que sofreram perseguição de Tarso. Eles foram impedidos de tomar posse. O mesmo aconteceu a Vicente Britto, nomeado para o Conselho da Agergs. Tarso foi derrotado nos dois casos. O TJ-RS decidiu que eles devem ser empossados.
Gastança
O governo também tem concedido aumentos salariais para categorias de servidores sabendo que não terá como pagá-los.
- Nada sobre cortes de despesas e aumento da receita.
- O desequilíbrio fiscal é um rombo que aumenta a cada dia.
- O governo demonstra que não sabe governar o governo.
Atrapalhações
Além de tudo, dois incidentes foram marcantes nos primeiros cem dias do govrno Tarso:
A oposição vem procurando marcar presença, atacando os desmandos do governo Tarso.1) o caso da escolinha de Luciana Genro, que seria instalada no Colégio Júlio de Castilhos (estadual) e financiada por grandes empresas, como a Icatu Seguros, que tem contratos com o Banrisul, os quais foram feitos quando Túlio Zamin deu expediente no banco durante o governo Olívio. Zamin voltou ao Banrisul por ordens de Tarso. O cursinho de Luciana, com claro viés ideológico, acabou abortado no Julinho e foi para as instalações da Escola Superior do Ministério Público, que é administrada pela Associação do Ministério Público, cujo presidente licenciado é Marcelo Dornelles, subprocurador do MP da chapa de Eduardo de Lima Viega, escolhido o novo procurador-geral de Justiça por Tarso Genro.
2) As denúncias de corrupção no DAER, que provocaram diferentes reações do governo. Primeiro, tratou-se de culpar os governos anteriores e até o PT anunciou que poderia apoiar a CPI dos Pardais, proposta pelo deputado pedetista Dr. Baségio. Alguns dias depois, no entanto, a coisa mudou. Beto Albuquerque, secretário de Infra-Estrutura, foi fritado em público pelo PT. Ele anunciou mudanças no DAER, com a criação de um órgão para gerir a fiscalização das rodovias. Depois, foi desautorizado pelo Chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, que anunciou uma força-tarefa para fazer uma varredura no departamento. Com isso, o PT passou a minar a CPI, até acabá-la de vez. Tentou-se até colocar deputados na força-tarefa, o que foi rejeitado pela Assembleia Legislativa gaúcha. Além da prisão de um graduado funcionário nomeado pelo governo Tarso, o engenheiro Paulo Aguiar, do Daer, o Piratini também teve que dar explicações sobre os indiciamentos de dois outros ocupantes do governo, por decisão da Polícia Federal: o secretário Mauro Knijnik e o sub do Escritório de Representação em Brasília.
PMDB, PSDB, DEM e PPS procuram manter um discurso afinado e são voz ativa na Assembleia Legislativa. Contudo, as dificuldades são muitas, especialmente pela desvantagem numérica, incapaz de fazer frente à base governista. O PP, que quase entrou para o governo, agora está numa gangorra, por vezes tendendo a ser governo e em outras a ser oposição.
A oposição promete brigar até o fim.

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