sábado, 23 de outubro de 2010
Ricardo Noblat
Dirigi a redação do Correio Braziliense entre 1994 e 2002. Atravessei dois governos locais - o de Cristovam Buarque, do PT, e o de Joaquim Roriz, do PMDB.
No primeiro, houve um momento em que até José Dirceu, presidente nacional do PT, baixou o pau no Correio, acusou-o de favorecer Roriz e sugeriu a Cristovam, publicamente, que o "comprasse". Em outras palavras: que o subornasse.
Desde sua fundação que o Correio havia sido um jornal chapa branca. Vendia até editoriais. Até que mudou por orientação do seu presidente, o jornalista Paulo Cabral de Araújo.
No governo Roriz, o Correio foi acusado de favorecer o PT. Em discurso numa solenidade, o próprio Roriz sugeriu que os leitores boicotassem o jornal. Os grandes anunciantes ligados ao governo começaram a anunciar menos. Alguns simplesmente deixaram de anunciar.
Forçado por seus colegas de diretoria, logo depois do segundo turno da eleição de 2002, Paulo Cabral deixou a presidência do jornal. Saí com ele. O jornal voltou para o colo de Roriz. Nunca faturou tanto como no ano seguinte.
Os políticos, de todas as tendências, se dizem a favor da liberdade da imprensa. Desde que ela não machuque seus calos.
Liberdade de imprensa não é direito da imprensa, dos seus proprietários, dos seus empregados. É direito dos cidadãos. Está escrito na Constituição.
A imprensa não existe para ser boa, mas para ser livre. Do contrário não serve à sociedade.
Qualquer pessoa pode deixar de ler um jornal ou uma revista. Pode trocar de canal de rádio ou de televisão. Essa é a maneira mais democrática de se exercer o que chamam de "controle social da mídia".
Claúdio Humberto
Militância reverteu ‘guerra’ da bolina de papel
O monitoramento do comportamento do eleitor na internet, baseado na experiência da campanha de Barack Obama nos Estados Unidos, por meio de sofisticado aparato tecnológico instalado em um prédio comercial do Setor Hoteleiro Sul, em Brasília, mostrou à campanha do PT que Dilma Rousseff perdia “guerra” da comunicação, no caso do “atentado” a José Serra com bolinha de papel, até que a militância petista tomou conta das redes sociais Twitter, Facebook e Orkut.
O sistema montado pelo PT detecta o “tema do momento” na internet e passa a produzir e disparar milhares de mensagens simultaneamente.
A coordenação de campanha decidiu “plantar” outro tema na internet, para ofuscar o caso da bolinha de papel, mas a militância não deixou.
“Nós perdemos o controle”, admite, orgulhoso, um coordenador do esquema de monitoramento do PT: “Os militantes cuidaram de tudo”.
A declaração de Lula sobre o caso da bolinha e o Jornal Nacional colocaram Dilma em desvantagem, mas motivaram a militância petista.
Mas elas existem
Pelo sim pelo não, o PT está programando em rigoroso sigilo a comemoração da vitória da candidata Dilma Rousseff na noite do dia 31, em Brasília. Tudo na maior moita, para espantar as bruxas.
Médico que atendeu Serra quer pedido de desculpas de Lula
O médico Jacob Kligerman, que atendeu o candidato à Presidência José Serra (PSDB), após ele ter sido atingido por um objeto na cabeça, disse que espera uma retratação do presidente Lula, que afirmou que tudo não passou de uma farsa e insinuou que o médico teria participado da fraude.Jacob, que é amigo pessoal de Serra, disse que, embora já tenha acionado seu advogado, aguarda um pedido de desculpas de Lula. "Aquilo não foi uma farsa, aquilo foi um atendimento médico. Eu senti a minha dignidade ofendida, pois eu estava praticando um ato médico.
Papa diz que religiosos não devem interferir na política, mas podem opinar
O papa Bento 16 declarou nesta sexta (22) que os religiosos não devem interferir na política, mas defendeu a atuação da Igreja para servir "à promoção integral do homem". Ele afirmou que os bispos "são conscientes de que não devem entrar no debate político, propondo soluções concretas ou impondo o próprio comportamento". Porém, "não podem permanecer neutros diante dos grandes problemas ou das aspirações do ser humano, nem permanecer indiferentes quando é o momento de lutar pela justiça". Na semana passada, em uma mensagem pelo início da Semana Social dos Católicos Italianos, o papa renovou o "apelo para que surja uma nova geração de católicos, pessoas interiormente renovadas que se comprometam na atividade política sem complexos de inferioridade".
Euromilhões reclamado no Reino Unido
O maior prêmio do Euromilhões sorteado, no valor de 129,8 milhões de euros, já foi reclamado, revelou a casa de apostas britânica Camelot, 12 dias após o sorteio.
A identidade do premiado não foi, contudo, revelada por o detentor da 589ª maior fortuna do Reino Unido decidir manter o anonimato. A casa de apostas também não revelou qualquer informação sobre a cidade onde foi registrado o boletim.
Na ausência do ganhador surgiram várias hipóteses sobre a identidade do premiado. O jornal ‘The Sun’ revelava que a fortuna foi entregue a uma sociedade de quatro amigos, com idades entre os 25 e os 40 anos, residentes em Coventry. Um dos jovens terá 28 anos e o seu primeiro nome é Daniel, revelou o jornal.
Mega Bordel inaugurado na Espanha
Mais de 160 mulheres vão trabalhar na maior casa de tolerância da Europa. O ‘Clube Paradise’ foi inaugurado em La Jonquera, Espanha.
Segundo o jornal espanhol ‘El País’, o clube tem 2700 metros quadrados, 80 quartos, duas salas de espetáculo, dois parques de estacionamento, um dos quais privado para clientes que procuram exclusividade.
Por 30 minutos de serviço, o cliente paga uma média de 60 euros, podendo também usar uma suite, que custa 300 euros.
O proprietário do mega bordel é José Moreno, acusado de tráfico humano por duas vezes.
O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha obrigou o governo local a conceder a licença para o funcionamento de ‘Paradise’.
Ex-mulher de Berlusconi quer 3,5 milhões por mês
Veronica Lario já entregou à justiça o documento em que refere as suas exigências.
Parece não ter fim a batalha matrimonial entre o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi e a sua ex-mulher, Veronica Lario. Há largos meses que o casal negoceia, sem êxito, um acordo para o divórcio que ditará o fim de mais de 30 anos de casamento.
O mais recente episódio desta saga centra-se na nova quantia exigida pela ex-mulher de Berlusconi, de 53 anos. "Veronica Lario reitera as suas exigências no procedimento da separação, incluindo um cheque de 3,5 milhões de euros por mês para cobrir os seus gastos", informou ao diário italiano La Republica uma fonte ligada à negociação.
Ao que indica a mesma publicação, os advogados da esposa do primeiro-ministro já entregaram um documento com esta exigência ao tribunal de Milão, que está encarregue do caso.
Este montante inclui os custos do quotidiano de Lario e visa compensar a responsabilidade de Berlusconi pelo fracasso do casamento. Não inclui, no entanto, a mansão Belvedere, a residência em Macherio, localizada nos arredores de Milão.
Em Setembro, a ex-mulher do político, aconselhada pelos seus advogados, deixou a luxuosa residência e foi viver em um quarto de hotel na zona de Monza.
O tempo não joga a favor do casal, uma vez que a audiência do divórcio está agendada para Dezembro.
Recorde-se que em Maio deste ano, o ainda casal esteve prestes a fechar o acordo quanto ao divórcio. Nessa altura, contou a imprensa italiana, Veronica aceitou uma pensão mensal de 300 mil euros, a utilização da casa de Macherio, bem como todos os gastos pagos por Berlusconi, relacionados com esta propriedade. À última hora, o acordo terá falhado, uma vez que a soma de todos estes gastos, proposta pelo primeiro-ministro, no valor total de 1,8 milhões de euros por mês, foi considerada "inadequada" por Veronica Lario.
A mulher do governante anunciou que se iam divorciar em Abril do ano passado, depois de notícias terem sido publicadas sobre as noitadas de Berlusconi, de 74 anos, com prostitutas de luxo na sua residência de Roma.
A imprensa italiana já lançou a hipótese deste divórcio se tornar no mais caro da história do país, uma vez que estão em jogo cerca de nove mil milhões de euros de valor estimado em patrimônio.
Veronica manifestou, também, o desejo de os seus três filhos, Eleonora, Luigi e Barbara, receberem o mesmo tratamento que os dois filhos do casamento anterior de Berlusconi, Marina e PierSilvio. Os cinco herdeiros têm 7,5% do grupo da família, Fininvest.
Mineiro chileno é internado depois de sofrer crise de angústia
O mineiro Edison Peña, um dos 33 resgatados do fundo da mina São José, no Chile, teve de ser internado por causa de uma crise de angústia, enquanto cerca de seis dos seus companheiros apresentaram excessos no consumo de álcool, informou uma fonte médica.
"Ele apresentava um quadro de angústia severa e consideramos necessário sedá-lo", comentou Jorge Díaz, médico da Associação Chilena de Segurança, onde a maioria dos mineiros está a ser atendida, segundo o jornal "La Tercera".
Peña, de 34 anos, é o primeiro mineiro a voltar ao hospital, após de ter sido resgatado da mina de São José, onde esteve retido 69 dias.
Todos, menos dois, receberam alta 48 horas depois do resgate devido às boas condições físicas, mas com a recomendação de descansar por pelo menos quinze dias, o que muitos não conseguiram fazer por uma série de celebrações e assédio da imprensa.
Peña, solteiro e sem filhos, ficou abalado quando discursou numa festa na terça-feira passada e também durante um programa de televisão transmitido ao vivo.
Os outros mineiros aparentemente exageraram no consumo de álcool durante as mesmas celebrações.
"Estamos a falar de cerca de cinco ou seis mineiros que tiveram problemas com bebidas alcoólicas, especialmente nas últimas festas, que não tem ajudado o estado dos trabalhadores", explicou o médico.
Na quarta-feira, os 33 mineiros foram recebidos numa festa em sua homenagem, organizada por um empresário, que os presenteou com uma moto, assim como um imóvel para os trabalhadores que não possuíam casa própria, entre outros bens.
Fariñas ameaça Havana se não for receber prêmio
É a terceira vez que o Parlamento Europeu distingue opositores ao regime de Havana.
O Prêmio Sakharov para a liberdade de pensamento de 2010 foi atribuído ao cubano Guillermo Fariñas, alguém "que estava pronto a sacrificar a sua saúde e a sua vida para se concretizarem mudanças em Cuba", declarou o presidente do Parlamento Europeu (PE), Jerzy Buzek, ao anunciar a escolha do opositor, que se tem distinguido pela resistência pacífica ao regime comunista de Havana.
Esta é a terceira em menos de dez anos que o Parlamento de Estrasburgo distingue figuras da oposição anticastrista. Em 2002, o prêmio foi atribuído a Oswaldo Paya Sardiñas, opositor ativo desde os anos 60, que foi autorizado por Havana a sair do país para a cerimônia em Estrasburgo. Três anos depois, foram escolhidas as Damas de Branco, grupos de mães, mulheres, filhos e filhas de opositores na prisão, que se batem por uma anistia geral aos presos políticos. Quando foram distinguidas, em 2005, o regime não autorizou a sua deslocação ao PE.
Ao ser informado da escolha do PE, Fariñas dedicou o prêmio a todo o povo cubano. "Em nome de todas as mulheres e homens de boa vontade em qualquer parte do mundo, queremos agradecer esta distinção, que não é para mim, é para todo o povo de Cuba e Cuba é a minha pátria."
Declarando-se pessimista face a uma possível autorização de Havana para se deslocar a Estrasburgo e receber o Prêmio a 17 de Dezembro, o opositor disse estar pronto a "iniciar uma greve de fome para que me deixem sair". Todavia, esta decisão será tomada em comum "com os companheiros de luta mais próximos, com veteranos da oposição e também com a minha família", disse Fariñas.
Em ruptura desde 1989 com o regime atualmente dirigido por Raúl Castro, este psicólogo já realizou 23 greves de fome para exigir mudanças em Cuba. A mais recente sucedeu este ano, quando Fariñas deixou de se alimentar para exigir a libertação de 26 presos políticos que se encontravam doentes. Na ocasião, Havana, num processo que envolveu a mediação da Igreja Católica e do Governo espanhol, acabou por libertar 52 presos políticos, dos quais 39 se fixaram na Espanha.
Militante da Aliança Democrática Cubana, organização clandestina, Fariñas tem-se tornado uma das figuras mais conhecidas no exterior, tendo a escolha do PE sido saudada pela responsável da diplomacia da UE, Catherine Ashton, que salientou a "determinação e coragem" do cubano.
De modo geral, as reações nas capitais europeias, nos Estados Unidos e na maioria dos países da América do Sul e Caribe foram favoráveis à atribuição a Fariñas de um prêmio que distinguiu, no passado, figuras como Nelson Mandela, a birmanesa Aung San Suu Kyi, as Mães da Praça de Maio, da Argentina, Xanana Gusmão e a ONU.
A escolha do opositor cubano, que resultou de uma proposta do Partido Popular Europeu, dos liberais e dos eurocépticos, não fez a unanimidade no hemiciclo de Estrasburgo, tanto mais que existiam outras duas candidaturas. O grupo socialista apresentara a opositora etíope Birtukan Mideksa, patrocinada por Ana Gomes, e os ecologistas a Breaking the Silence, ONG israelita formada por ex-militares que denunciam a situação nos territórios palestinos.
Para Ana Gomes, a simples nomeação de Mideksa "produziu resultados": a libertação da etíope, reconhecendo ao mesmo tempo que qualquer dos "finalistas era obviamente merecedor".
O Prêmio Sakharov foi instituído pelo PE em Dezembro de 1988 e distingue figuras ou entidades que lutam pela defesa dos direitos humanos e a liberdade de expressão.
Crocodilo provoca queda de avião
Um crocodilo teria sido o grande responsável da queda de um pequeno avião na República do Congo no mês de Agosto, acidente que provocou a morte de 20 pessoas.
De acordo com o testemunho do único sobrevivente do acidente, o crocodilo era transportado de maneira ilegal na bagagem de um dos passageiros da aeronave Turbolet Let L-410. O animal teria fugido de dentro de uma mala, para grande desespero dos passageiros que, ao entraram em pânico, de dirigiram em massa para a cabine da aeronave.
O responsável pelo acidente aéreo sobreviveu mas foi morto em seguida, segundo o único sobrevivente.
Estudante nomeada chefe de polícia perto de Juárez
Tem 20 anos, estuda Criminologia e vai zelar pela segurança de uma localidade ameaçada pelas guerras entre cartéis de droga.
Só na semana passada, oito pessoas foram mortas na Ciudad Juárez, onde cartéis de droga travam uma luta sangrenta pelo domínio de uma rota de tráfico que dá acesso ao mercado americano.
A apenas 30 km daquela cidade mexicana, considerada uma das mais perigosas do mundo, uma jovem estudante de Criminologia, de 20 anos, foi nomeada chefe de polícia local.
Marisol Valles, casada e mãe de um filho, vai comandar um grupo de 19 agentes na localidade de Praxedis Guadalupe Guerrero.
Desde 2006, mais de 28 mil pessoas foram assassinadas no México, vítimas de disputas entre cartéis. Mas, ainda que assustadores, estes números não foram suficientes para fazer Marisol recuar.
"Hoje em dia, todos temos medo por causa do que se tem passado. Mas não podemos deixar-nos derrotar por esse medo", explicou a jovem.
"Fui bem acolhida pela população, sei que eles me vão ajudar, que vão colaborar para podermos encontrar soluções para os problemas de segurança com que nos deparamos no quotidiano", acrescentou a finalista de Criminologia.
Praxedis fica junto à fronteira, perto do rio Grande, uma via usada pelos traficantes para fazer chegar carregamentos de droga aos Estados Unidos, primeiro cliente mundial de cocaína.
Ainda assim, a pequena localidade é relativamente tranquila e, de acordo com Marisol, "as pessoas podem andar à noite na rua, conhecem-se, conversam e reúnem-se. Têm atividades sociais".
O mesmo não se pode dizer de Juárez, onde a maior parte das pessoas prefere não sair de casa à noite com medo de balas perdidas, assaltos ou raptos.
Apesar de cinquenta mil militares terem sido destacados para ajudar a polícia, os crimes violentos sucedem-se. Em Setembro de 2009, 18 toxicodependentes internados numa clínica de reabilitação da cidade foram alinhados contra uma parede e executados por membros de um cartel.
Senado francês aprova polêmica lei de reformas
A lei das reformas foi aprovada pelo Senado francês, por 177 votos a favor e 153 contra, depois de já ter passado na assembleia. As duas câmaras do Parlamento votam quarta-feira um documento final, com base num texto preparado por uma comissão conjunta. O Governo conseguiu acelerar os debates no Senado e quer sufocar o movimento de contestação nos próximos dias, aproveitando a impopularidade dos bloqueios de refinarias e as férias escolares.
A polémica lei visa aumentar a idade mínima da aposentadoria de 60 para 62 anos; e de 65 para 67 anos com pensão completa. Segundo os especialistas, e se o sistema ficar inalterado, o custo em 2018 será de 44 mil milhões de euros.
Mas há também contas políticas. Os partidos estão a posicionar-se para a campanha presidencial de 2012, que se adivinha dura. E, no interior do partido no poder (UMP), prepara-se a substituição do primeiro-ministro François Fillon, em princípio pelo preferido de Sarkozy, o ministro da Energia Borloo. Os protestos também se explicam pela baixa popularidade do Presidente e a impopularidade do ministro responsável pela lei, Eric Woerth, envolvido no escândalo L'Oreal, que sugere financiamento ilegal de partidos.
Haiti em alerta máximo para travar epidemia de cólera
Há um século que a cólera não era detectada no Haiti. Agora, o país que perdeu 250 mil pessoas no terramoto de 12 de Janeiro enfrenta a estirpe mais perigosa da doença (O1). As autoridades declararam o "alerta máximo", procurando conter a epidemia que causou a morte a pelo menos 135 pessoas em poucos dias e mantém hospitalizadas outras 1500.
"Os doentes continuam a chegar e nós não temos espaço suficiente para os acolher", disse o responsável pela unidade de saúde de Artibonite. Diarreias, febres altas e vômitos começaram a ser detectados neste departamento, que é atravessado pelo rio com o mesmo nome. Muitos refugiados, que perderam as casas no sismo, instalaram-se nesta região, em condições de higiene precárias.
A Organização Mundial de Saúde já enviou especialistas para o Haiti. A vizinha República Dominicana anunciou o lançamento de um programa de vigilância epidemiológica, tentando evitar contágios.
China reivindica tesouros
Pelos 150 anos das pilhagens do Palácio de Verão de Pequim, China reclama devolução de obras de arte.
A China reforçou o pedido aos museus e aos colecionadores de todo o mundo para que devolvam os tesouros roubados em 1860 do Palácio de Verão de Pequim. O apelo foi renovado no início desta semana, altura em que o governo de Pequim deu início a um mês inteiro de atividades para assinalar os 150 anos da pilhagem do Palácio de Verão, visto ainda hoje como um momento de humilhação pelo povo chinês.
O Palácio de Verão, que começou a ser construído no início do século XVIII, era a residência de verão da família imperial da Dinastia Qing (1644-1911), foi pilhado e incendiado pelas tropas britânicas e francesas em 1860, durante a Guerra do Ópio.
"Pelo menos 1,5 milhões de relíquias do Palácio foram roubadas ou perderam-se ao longo dos anos", quantificou o atual diretor, Chen Mingjie. O inventário das peças também foi queimado durante as pilhagens, pelo que é difícil quantificar com exatidão os tesouros que desapareceram. No entanto, de acordo com estatísticas da UNESCO, mais de 1,64 milhões de obras de arte chinesas estão em exibição em mais de dois mil museus de 47 países.
Números considerados exagerados pelo historiador francês Bernard Brizay. "A razia não foi assim tão simples como a versão oficial quer fazer crer", defende, em declarações à agência noticiosa francesa AFP. Sobre a renovada reivindicação, que sugere ainda aos leiloeiros o boicote de venda de peças identificadas como sendo do palácio de Verão, Brizay destaca que "todos os meses em Londres, Hong Kong, Paris ou Nova Iorque são vendidos objetos que pertenciam ao Palácio de Verão de Pequim. E quando se sabe a sua proveniência, os preços sobem".
Recorde-se que, em Fevereiro de 2009, duas cabeças de bronze pertencentes à coleção particular do estilista Yves Saint Laurent foram retiradas de um leilão da Christie's, em Paris, no meio de acesa polêmica.
Paris, Londres e Washington são os alvos principais deste apelo renovado da China, que surge numa altura em que o governo de Pequim tem dado várias mostras do lugar que pretende ocupar como potência econômica e política mundial. Por outro lado, este ato é também visto como estratégica de propaganda, forma de apelar ao patriotismo do povo chinês.
A UNESCO é um dos palcos utilizados pelos países que mais reclamam a devolução de obras - Egito, China, Grécia, Iraque e Índia - para tentar recuperar alguns dos seus tesouros nacionais.
Aeroporto espacial 'nasce' no deserto
Primeira pista está concluída, mas o projeto só ficará pronto em 2011. Irá ser o palco das primeiras viagens de turismo espacial.
O primeiro aeroporto espacial privado está a nascer no meio do deserto do Novo México, nos EUA. Recebeu o adequado nome de Spaceport e será dele que vão descolar os voos turísticos para o espaço da Virgin Galatic. Irá custar 140 milhões de euros e só no próximo ano estará concluído. Porém, a primeira pista está pronta e foi inaugurada.
O britânico Norman Foster foi o autor do edifício futurístico e ecológico, que nasce num ambiente inóspito que até faz lembrar a superfície lunar. A pista que está pronta a receber as naves tem três quilômetros de comprimento e 60 metros de largura.
Este é mais um passo que o magnata Richard Branson dá rumo ao turismo espacial. O presidente e fundador da Virgin vai ser o responsável pelas viagens que poderão começar no final do próximo ano ou em 2012, mediante os resultados dos testes da nave.
A grande preocupação centra-se na segurança das naves a serem utilizadas. Em Outubro a SpaceShipTwo, com capacidade para seis passageiros e dois pilotos, conseguiu pela primeira vez voar e aterrar sem a ajuda da nave "mãe".
O turismo espacial promete tornar-se num grande negócio para Richard Branson. 370 pessoas já reservaram uma viagem. Por 144 mil euros, os passageiros vão atingir uma altitude máxima de 110 quilômetros, o que lhes dará uma bela vista do planeta Terra, e têm direito a cinco minutos para aproveitar a falta de gravidade. A experiência irá durar cerca de duas horas e meia.
Porém, se se incluir a preparação, então os turistas terão quatro dias de vivências únicas. Ficarão instalados num hotel perto do aeroporto e terão um curso de preparação de astronautas.
A primeira viagem está reservada para Richard Branson, os seus pais, filho e netos.
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