sábado, 29 de junho de 2013
Setor de Biotecnologia apresenta maior potencial inovador
Segundo avaliação do professor de Engenharia de Produção da Coordenação de Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Marcos Cavalcanti, o Brasil precisa investir no conhecimento. Para o professor é preciso foco no capital humano e na inovação. "O Brasil necessita, em primeiro lugar, identificar as áreas em que pode ser mais competitivo. A biotecnologia, por exemplo, apresenta esse potencial inovador", explica Cavalcanti.
Cavalcanti destaca a necessidade de o país ter uma estratégia de inovação que contemple o setor da biotecnologia de maneira eficaz. "Hoje, a gente pulveriza os poucos recursos que tem em inovação", justifica o professor.
Para ele a biotecnologia é a principal área em que o Brasil tem de investir em inovação. A justificativa dada por Marcos é que o país tem a floresta com a maior biodiversidade do planeta, porém não há uma estratégia que seja voltada para o desenvolvimento sustentável e a exploração dos recursos genéticos existentes na região.
Biotecnologia
É a aplicação de conhecimentos químicos e biológicos e de novas tecnologias nas áreas da saúde, de alimentos, química e ambiental. O profissional de Biotecnologia é multidisciplinar, pois entende tanto de biologia quanto de química, física, estatística e informática. Em laboratório, ele estuda o melhoramento genético, a criação e o gerenciamento de novos produtos, que podem ser medicamentos, ingredientes para alimentos industriais ou até mesmo uma planta. Na área da microbiologia, estuda fungos, bactérias, vírus e protozoários e as moléstias que eles causam em plantas e no organismo do homem e de animais, além de pesquisar métodos de utilização desses microrganismos na produção de alimentos e bebidas, como laticínios, cerveja e vinho.
O especialista em imunologia emprega os microrganismos na produção de vacinas e medicamentos. Em indústrias alimentícias e farmacêuticas, cuida do controle do crescimento microbiano e da segurança e higiene no ambiente de trabalho, assim como controla a qualidade do produto final. Também atua em órgãos de controle ambiental, na avaliação e prevenção da contaminação da água e do solo. Com formação específica, trabalha como engenheiro, projetando, construindo e operando equipamentos que reproduzem, em escala industrial, processos que envolvam células vivas, empregados na fabricação de medicamentos, cosméticos, alimentos ou química em geral.
Dificuldades no aprendizado de matemática reduz o número de profissionais de Engenharia
Um estudo da ONG "Todos Pela Educação" mostrou que só 10% dos jovens brasileiros que concluem o ensino médio sabem matemática. Para muitos, a disciplina nunca foi a matéria preferida. O levantamento revela ainda que o desempenho dos estudantes piorou, já que em 2009 o percentual era de 11%. Em português, o índice permaneceu o mesmo: 29% dos alunos aprenderam o que deveriam ao terminar o ensino médio.
Toda essa disparidade entre português e matemática afeta na escolha do curso superior. Cursos como Engenharia estão com menor procura do que cursos das áreas de humanas.
A procura por profissionais de engenharia aumenta gradativamente. Segundo estudo, até 2015, o Brasil vai precisar de 300 mil engenheiros, mas o país não consegue formar a quantidade de profissionais necessários para a área. De acordo com a Federação Nacional dos Engenheiros, os estudantes não estão terminando o curso e os que terminam não buscam uma especialização.
Segundo a Federação, o Brasil forma cerca de 38 mil engenheiros por ano, mas precisa de quase o dobro disso para dar conta da demanda. Mesmo com salário inicial na média de R$ 5,5 mil, o mercado ainda sente falta de profissionais, principalmente, profissionais qualificados.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
A Educação Profissional Alemã
As diversas instâncias de execução do
sistema dual de educação do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha, na maior Escola Técnica da região de Siegen. |
Na Alemanha, a formação profissional é uma tradição que remonta à Idade
Média que vem sendo mantida e modernizada ao longo do tempo, a partir
das demandas sociais e dos setores econômicos e da produção. Na década
de 90, a Europa operacionalizou, em vários países, a separação entre a
formação geral e a profissional, o que não foi seguido na Alemanha. Os
jovens formados pelo sistema dual têm formação de alta qualidade e se
tornam profissionais aptos a trabalhar em qualquer país da Europa. [No
esquema dual, o estudante tem a integração entre prática e teoria, com
aulas em escola e aprendizado prático no ambiente de trabalho, seja em
empresa/fábrica, escritório, etc.]
De acordo com o professor Rolf Seubert da Universidade de Siegen, no
país há consenso sobre a necessidade de um padrão elevado de qualidade
na formação profissional, dos sindicatos à administração pública e os
partidos, passando por associações empresariais. "A postura positiva
diante do trabalho, da formação e da profissão pode ser considerada
parte importante da cultura alemã que ganha mais importância na era
pós-industrial", explica o professor. Seubert afirma que uma formação
profissional qualificada "desconhece alternativas do ponto de vista
social, mas também econômico, pois atividades simples, que podem ser
realizadas sem formação mais demorada poderão perder mais espaço na
Alemanha e em outros locais". Assim, destaca o alemão, esta realidade
também pode ser a brasileira, fazendo com que a formação profissional na
contemporaneidade se revista em uma importância decisiva para o
indivíduo e para a coletividade.
No sistema alemão, a educação é obrigatória até a nona série. Entre a
décima e a décima segunda, o aluno pode optar pela educação
profissional, por meio do modelo dual, que terá aulas teóricas na escola
e práticas em empresas na área escolhida, ou, ainda, cursar o chamado
gymnasium, que prepara o estudante para ingresso no ensino superior. O
estudante da educação profissional também poderá acessar a universidade
após a conclusão do ensino dual, desde que tenha três anos de
experiência profissional.
Brasil tem menor número de formados entre 35 países
Quem reclama da qualidade da educação e do acesso ao ensino superior no Brasil ganhou novos argumentos. Dados divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicam que o Brasil tem o mais baixo nível de população que completa o ensino superior e o terceiro pior dentre os que completam o ensino médio dentre 35 países pesquisados. As estatísticas revelam ainda que avançar nos estudos é crucial: em nenhum outro país concluir a faculdade faz tanta diferença em termos de emprego e renda.
As informações fazem parte do relatório Educação: trampolim para o emprego, que apresenta dados dos países-membros da OCDE, além de não integrantes da organização, como Brasil e Rússia. O documento confirma que o Brasil melhora em termos de investimentos públicos e de aumento da população que avança no ensino, mas os resultados obtidos até aqui ainda são inferiores à média dos países mais desenvolvidos.
Entre 2000 e 2010, o porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) aplicado na área subiu de 3,5% para 5,6% - em média, um estudante brasileiro custa US$ 3 mil por ano de estudo. A média dos países-membros da organização é de 6,3%. No Brasil, a maior parte dos investimentos vai para o ensino superior, área que recebeu 0,9% do PIB em 2010, contra 0,7% em 2000. Essa média é similar aos demais países estudados pela OCDE.
No entanto, os investimentos crescentes em educação no Brasil ainda não se converteram em eficácia do sistema. Os experts da organização indicam que o porcentual da população entre 25 e 34 anos e entre 25 e 64 anos que atingiu o nível universitário no País em 2011, de 12,74% e 11,61%, respectivamente, era o pior de todos os países pesquisados. Na Coreia do Sul, primeiro lugar no ranking, esses índices chegam a 63,82% e 40,41%, respectivamente. Da mesma forma, o porcentual de homens e mulheres que completam o ensino médio também é baixo: o Brasil é o 33.º entre 35.
Essas falhas têm graves repercussões econômicas, porque o Brasil é um país em que o nível de estudo faz grande diferença em termos de empregos e salários. Pelos cálculos da organização, um adulto com idade entre 25 e 64 anos que termina o ensino superior receberá, em média, 157% mais do que quem só terminou o nível médio. A média na OCDE é de 57%
"No Brasil, ter um nível superior de educação aumenta a probabilidade de emprego mais do que em muitos outros países", diz o relatório. A organização adverte que estimular a maior escolaridade possível e aprimorar a qualidade da educação tem repercussões diretas sobre a economia dos países.
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Modelo alemão vai embasar projeto-piloto na educação profissional
gaúcha
Hilchenbach, Alemanha - A agenda do secretário José Clóvis de Azevedo na Alemanha começou com uma visita a uma fábrica do Grupo SMS. Recebido pelo responsável pelo Setor da Formação Profissional do grupo, Dr. Günter Kneppe, e dois dos 30 integrantes de sua equipe.
No grupo SMS, 250 alunos aprendizes estudam no sistema dual. Setenta e cinco estudantes estão frequentando cursos na unidade em Hilchenbach. A intenção, segundo Azevedo, é desenvolver projeto-piloto nas mesmas bases na rede estadual de ensino.
De acordo com Kneppe, são oferecidos cursos em 10 ocupações, cinco na área da metalurgia e os outros em informática, design de produtos, escritório, mecatrônica, entre outros. Os cursos têm duração de três anos e meio. Neste período, os alunos frequentam a escola entre dois e seis vezes por semana, dependendo do curso, para aprendizado teórico. Os alunos ficam sete horas por dia na empresa. Aprendizagem prática é oferecida nos demais dias.
Depois de 10 meses, os estudantes/aprendizes farão a primeira prova, que vale 40% da nota final. A prova final, depois dos três anos e meio de aulas, vale 60%. Ao longo do curso, os estudantes passam por diferentes etapas na empresa. No primeiro ano, frequentam sala de aula e têm contato com a realidade prática da indústria. No segundo, participam de oficinas e, nos terceiro e quarto ano, entram em produção, no chão da fábrica. Todo o processo é acompanhado de forma permanente entre empresa e escola.
Azevedo, o assessor de Relações Internacionais do gabinete do governador, Espártaco Dutra e o professor Bernd Fichtner, anfitrião dos brasileiros na Alemanha, acompanhados por técnicos da empresa e da Agência Federal do Trabalho visitaram a parte da fábrica onde são ministradas as aulas. A área, de 600 metros quadrados, inclui salas de aula e maquinário, além de laboratórios para aprendizagem prática. Dois cursos foram apresentados, o de técnico em mecatrônica e design de produtos. Depois da visitação, o técnico Andreas Schuchardt fez uma explanação sobre o processo de formação do técnico e o processo de construção e modernização dos cursos e das profissões na Alemanha. "Nosso objetivo final é construir um modelo para a profissão", explica. Esta construção parte de pesquisas e diagnóstico das necessidades das empresas e chega às escolas, para adaptação dos currículos.
Investimento e retorno
A formação de aprendizes recebe investimento de 5 milhões de euros anuais, entre a formação propriamente dita, e salários aos aprendizes, que varia de 800 euros mensais no primeiro ano, a 1000 euros por mês a partir do terceiro ano. De acordo com os anfitriões da comitiva brasileira, o investimento compensa, pois a qualidade da formação do jovem não é encontrada na formação profissional tradicional. Cerca de 60% dos trabalhadores da SMS Siemag, unidade do SMS Group visitada, foram formados na fábrica. A contratação dos aprendizes, depois de formados, varia de acordo com a demanda da indústria.
Grupo SMS
O grupo SMS une atores globais na planta e construção de máquinas para processamento de aço e metais, operando sob denominação de SMS Holding GmbH, que consiste de duas Áreas de Negócios, SMS Siemag e SMS Meer, bem como participações industriais. SMS Holding GmbH é responsável pelo planejamento estratégico e controle. A SMS Siemag é a unidade visitada pelo secretário Jose Clovis de Azevedo, localizada em Siegen.
Secretário apresenta novo Ensino Médio
No roteiro para conhecer as diversas instâncias de execução do sistema dual de educação do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, Alemanha, o secretário José Clóvis de Azevedo apresentou a reestruturação curricular do Ensino Médio da rede estadual gaúcha na maior Escola Técnica da região de Siegen. O Berufskolleg Technik tem 4,5 mil alunos e oferece uma variedade de cursos técnicos nas áreas profissionais de engenharia civil, tecnologia de mídia, engenharia elétrica, design de interiores, engenharia automotiva, tecnologia da madeira, tecnologia metal, entre outros. São 170 professores. A comitiva brasileira foi recebida no Berufskolleg pelos diretores Manfred Kämpfer e Armin Stöhr, das escolas de educação profissional técnica e de pedagogia social e saúde, respectivamente.
Antes, Azevedo, o assessor de Relações Internacionais do Gabinete do Governador Tarso Genro, Espártaco Dutra, e o anfitrião dos brasileiros na Alemanha, professor Dr. Bernd Fichtner, foram recebidos pelo gerente da Educação Profissional da Câmara da Indústria e Comércio de Siegen (IHK) Klaus Gräbener, que falou sobre o papel das câmaras de comércio e indústria no sistema educacional vocacional da Alemanha. À Câmara cabe o papel de certificar os estudantes que cursam a educação profissional, em integração com escolas, professores, sindicatos e empresas. Relacionando-se com cerca de 900 empresas de forma direta, a IHK tem orçamento anual de 800 mil euros, dos quais 30%provêm do setor público e 70% das empresas privadas.
A Câmara em Siegen mantém um centro de formação e qualificação profissional que atende 5,5 mil pessoas por ano. São jovens e pessoas que estão no mercado de trabalho, que buscam cursos de um dia ou com duração variada, de 40h a 1000h de duração.
O Sistema Educacional Alemão
O prof. Bernd Fichtner explica que o sistema educacional alemão é peculiar. É público e gratuito da 1ª série até a universidade, sendo diferente dos outros países da Europa, e tendo com características próprias: área elementar (1ª a 4ª Série ou Classe), Secundária I (5ª a 10ª Série ou Classe) e Secundária II (11ª a 13ª Classe ou Série). As áreas elementar e secundária são obrigatórias a todos, sem exceção.
Os alunos podem iniciar um curso de formação profissional assim que tiverem concluído o Sekundarstufe I (Nível Secundário 1), a partir de 15 anos de idade, no mínimo. Eles devem decidir se querem seguir um curso de formação dual em uma organização e uma escola profissional ou seguir um curso em uma escola de formação profissional.
Estudantes que queiram começar um curso de formação profissional na Alemanha podem escolher entre centenas de profissões, das quais 349 reconhecidas nacionalmente.
Uma característica típica de um curso de formação profissional reconhecido é que os estudantes passam grande parte de seu curso de formação em uma empresa. A frequência na escola de educação profissional dá suporte ao conhecimento teórico. Esta forma de treinamento é conhecida como "formação dual". No esquema dual, o estudante tem a integração entre prática e teoria, com aulas em escola e aprendizado prático no ambiente de trabalho, seja em empresa/fábrica, escritório, etc.
O Executivo Operacional da Agência Federal de Trabalho, em Siegen, Carsten Tillmann e o Secretário Gaúcho de Educação José Clóvis de Azevedo. |
Projeto Inovador
Um projeto inovador está sendo implementado em todas as escolas do Estado da Renânia do Norte-Vestfália - Alemanha - e que consiste em oportunizar a alunos da 8ª (oitava) série o conhecimento do mundo do trabalho, a partir de visitas aos ambientes profissionais, seguido de estágio na 9ª (nona) série.
A ideia é contribuir para que o estudante tenha base mais sólida para escolher qual curso fará a partir da décima série, quando começa a etapa da educação profissional. O projeto Kein Abschuluss ohne Anschluss (algo como ninguém desassistido ao final do ensino fundamental) é uma iniciativa do Ministério da Educação e Formação da Renânia do Norte-Vestfália - que está em implantação nas escolas do Estado em parceria com o Ministério do Trabalho e Integração Social do Estado. A ideia é oferecer aos estudantes de oitava série visitas a empresas, ou outros ambientes profissionais, para conhecer profissões e ocupações regulamentadas no país, como uma introdução ao mundo do trabalho. Estão no projeto 75 escolas, com 3.000 alunos de oitava série.
O representante da Divisão Administrativa de Siegen Wittgenstein, Reinhard Kämper, explica que o projeto foi iniciado em 2012 e deve estar concretizado em até cinco anos. "Temos a esperança de que este projeto se constitua em um sucesso para a vida dos estudantes", resume Kämper.
Filme conta a história do primeiro dia
de aula de uma menina com
paralisa cerebral
Tudo começou com um livro. Por que Heloísa narra a primeira infância de uma menina que tem paralisia cerebral. Na obra, a autora Cristiana Soares aborda as dificuldades que uma criança com deficiência enfrenta - em casa e na escola. A trajetória de Heloísa é baseada em uma história real e agora virou um filme de animação. O curta tem o mesmo nome e foco no primeiro dia de aula de uma pessoa com paralisia cerebral em uma escola comum.
O projeto Por que Heloísa tomou corpo, ainda, com um blog. Outro exemplo é o documentário Todos com Todos, que registra experiências de inclusão de crianças com deficiência em escolas da rede pública e privada. O livro, o blog e os filmes são oportunidades de professores e instituições adotarem a tecnologia a favor da inclusão. Todos os matérias estão disponíveis na internet e são gratuitos.
Só um terço dos alunos do 3º ano sabe
o ideal em matemática
Índice de proficiência é de 30,1% em escrita e 44,5% em leitura.
Prova ABC avaliou 45 mil alunos do 2º e 3º ano do ensino fundamental.
o ideal em matemática
Índice de proficiência é de 30,1% em escrita e 44,5% em leitura.
Prova ABC avaliou 45 mil alunos do 2º e 3º ano do ensino fundamental.
Somente um terço dos alunos do 3º ano do ensino fundamental das escolas públicas e privadas do Brasil tem o conhecimento ideal em matemática. Em porcentagem, significa que 33,3% dos alunos conseguem, por exemplo, resolver problemas com notas e moedas e sabem fazer contas de adição e subtração. Na escrita, a proficiência é ainda um pouco menor, 30,1% dos alunos têm habilidade para organizar um texto com coesão, respeitando normas gramaticais e pontuação.
O melhor desempenho foi constatado na prova de leitura, mas o índice de proficiência não atingiu a maioria dos alunos: 44,5% sabem identificar temas de narrativas, localizar informações explícitas, ou seja, "ler para aprender", como definem os especialistas.
Os dados são resultado da segunda edição da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) divulgada. O exame avaliou 54 mil alunos de 1.200 escolas públicas e privadas em 600 cidades. Metade da amostra é de 2º ano e a outra de 3º ano, com idades entre 8 e 9 anos, período considerado limite para alfabetização.
Não é possível comparar os resultados com a primeira edição da Prova ABC porque ela foi aplicada a alunos que já tinham concluído o 3º ano do ensino fundamental.
Prova ABC
As provas tinham 20 itens de múltipla escolha de leitura ou matemática. Cada grupo de alunos respondeu uma delas, mas todos fizeram a redação sobre um tema único. A avaliação foi elaborada em uma parceria do Todos Pela Educação com o Instituto Paulo Montenegro/Ibope, a Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A prova é o instrumento para avaliar a alfabetização no Brasil, e se refere à meta número dois do Todos pela Educação, que é fazer com que até 2022, 100% das crianças apresentem as habilidades básicas de leitura e escrita até o fim do 3º ano do ensino fundamental. No entanto, será a última edição do exame, já que o Ministério da Educação criou a Avaliação Nacional da Alfabetização (Ana) para monitorar esses resultados.
A pesquisa aponta que na rede pública nenhum estado brasileiro atinge o índice de 50% de proficiência em matemática ou escrita. O melhor resultado em matemática aparece em Santa Catarina (46,5%), seguida por São Paulo (44,4%) e Minas Gerais (44,1%). Alagoas e Amazonas amargam empatadas o pior desempenho com somente 7,9% dos alunos com o conhecimento ideal na disciplina.
Em escrita, os destaques são os estados de Minas Gerais (37,2%), São Paulo (36,2%), Goiás (34,6%). Alagoas (8,3%) mais uma vez aparece com pior índice de somente 8,3% de proficiência entre os alunos, seguida pelo estado do Pará com 8,6%.
O desempenho em leitura é um pouco melhor. Em três estados pelo menos metade dos alunos da rede pública tem o conhecimento considerado ideal para a série. São eles: São Paulo (57,1%), Minas Gerais (55,3%) e Santa Catarina (50,1%).
A explicação sobre os motivos de as crianças lerem melhor do que escrevem na opinião de Nilma Fontanive, da Fundação Cesgranrio, é uma "questão da ênfase na aprendizagem." "Não há estudos que mostrem que cognitivamente escrever seja mais complexo que ler. As duas habilidades devem vir juntas, mas há menos prática textual nas escolas."