quinta-feira, 31 de março de 2011

Estado desautoriza decisão de secretário de Infraestrutura e anuncia pente-fino
no Daer


Disposto a dar um fim às suspeitas de corrupção envolvendo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), o governo do Rio Grande do Sul, comandado pelo peremptório petista Tarso Genro, anunciou uma auditoria geral no órgão. Para isso, determinou a criação de uma força-tarefa para apontar possíveis irregularidades e apresentar uma proposta de reestruturação. O anúncio mostrou um desalinho entre o Piratini e o secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque (PSB-RS). Antes, ele havia apresentado outra proposta para mudanças no órgão. No plano do Piratini, apresentado pelo chefe da Casa Civil, o petista Carlos Pestana, a medida de Beto sequer foi citada. Por trás da decisão do governo de fazer raio-X no Daer está a crise desencadeada por irregularidades em contratos de licitação para instalação de pardais no Estado. Para dar credibilidade à investigação, Pestana informou que participarão do grupo membros do Tribunal de Contas, do Ministério Público Estadual e do Ministério Público de Contas, além de integrantes das secretarias da Fazenda, da Infraestrutura e da Casa Civil.
Políbio Braga
Força-tarefa é intervenção branca de Tarso na secretaria de Beto.
Depois que desautorizou o secretário da Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, enfiando-o em seguida na lista dos secretários tutelados diretamente pelo chefe da Casa Civil, o vereador Carlos Pestana, o governo Tarso Genro decidiu que o melhor é não permitir "marola" na Assembléia.
O secretário Beto Albuquerque é alvo de pesado fogo amigo. Autoridades ligadas ao PT não escondem mais o rosto para falar mal do secretário do PSB.
A força-tarefa criada para devassar o Daer é uma intervenção branca na secretaria de Beto Albuquerque.
O governo está com medo.
Os deputados da base aliada, com a colaboração inesperada da bancada do PP, que se intitula da oposição, retiraram seus nomes do requerimento de pedido da CPI. O único deputado da base aliada que permaneceu na mesma posição foi o autor do requerimento, o dr. Bassegio, do PDT.

Governo Tarso pressiona deputado do PDT para acabar com CPI e propõe iniciar auditoria no Daer.
Logo depois do anuncio da disposição dos oito deputados do PMDB e dos cinco deputados do PSDB, em assinar a CPI do Daer, o governo Tarso Genro chamou ao Palácio Piratini o deputado Diógenes Bassegio, PDT, para dizer que não quer "marola" na Assembléia. Bassegio, que é da base aliada, prometeu resistir, mas evitou os deputados do PMDB e do PSDB que se dispuseram a assinar o requerimento, o que viabilizaria a CPI.
Os deputados do PT e quase todos os deputados da base aliada, mais o PP, que aparentemente ainda integra a oposição, negam-se a apoiar as investigações.
O governo alegou que decidiu fazer uma devassa no Daer, discurso bem diferente daquele em que o secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, anunciara que retiraria atribuições do órgão e os repassaria a uma nova Agência do Daer. Beto foi totalmente desautorizado. Ele foi chamado ao Piratini para uma coletiva onde o governo serviu-lhe prato pronto, bem diferente do que ele imaginara.
O secretário do PSB foi claramente desautorizado. Beto está sendo alvejado por fogo amigo, gente do PT que está interessada em aparelhar o Daer.
- Tarso resolveu inverter a mão depois das trapalhadas de Beto Albuquerque, que não parecia querer mexer a fundo no Daer. Um dos seus servidores de maior confiança, Paulo Aguiar, foi preso por cobrar e receber propinas.
Agora o governo investigará os problemas e apresentará soluções. Uma força-tarefa, bem ao estilo dos tempos em que Tarso era ministro responsável pela área da Polícia Federal, fará uma auditoria. O governo acha que esta decisão esvazia a CPI.
Tarso concede coletiva a blogs dia 5 de abril

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, concederá, dia 5 de abril, às 10h30min, uma entrevista coletiva para blogueiros e blogueiras do Estado. Será a primeira como governador empossado, já que a anterior ocorreu no final de 2010, logo após as eleições. A entrevista ocorrerá no Salão Alberto Pasqualini, no Palácio Piratini. A inscrição para a entrevista será na quinta-feira (31), durante o dia todo, e na sexta-feira (1º) até às 15h. Não serão aceitas inscrições no dia da entrevista. Os interessados deverão preencher o formulário de inscrições neste endereço.
Na coletiva, a modalidade para encaminhamento de perguntas, será sorteio entre os participantes.
Vida de Marina Silva
vai virar filme


A vida da ex-senadora e ex-candidata à Presidência, Marina Silva (PV), vai se transformar em um filme dirigido por Sandra Werneck. O objetivo é mostrar diferentes partes da trajetória de Marina, sua infância sofrida, sua alfabetização e sua entrada na vida política. A idéia surgiu a partir da biografia da ex-senadora, lançada em 2010 pela jornalista Marília de Camargo César.
Arquidiocese de Porto Alegre tenta reaver R$ 2,5 milhões após suspeita de golpe

A Arquidiocese de Porto Alegre tenta reaver R$ 2,5 milhões após uma suspeita de golpe. Este valor teria sido repassado ao vice-cônsul português na Capital, Adelino D'Assunção Nobre de Melo Vera Cruz Pinto, que conduziu negociações com uma ONG belga para reformar igrejas no Estado.
Em busca de verba para restaurar as igrejas Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre, e Bom Senhor, em Triunfo, párocos gaúchos procuraram o Vice-Consulado de Portugal na Capital no primeiro semestre do ano passado. Na ocasião, o vice-cônsul afirmou que ajudaria a conseguir os recursos pelo Projeto de Restauração do Patrimônio de Origem Portuguesa.
Adelino Pinto teria se oferecido para levar os documentos a Portugal, durante uma visita ao pároco da Igreja Nossa Senhora da Conceição, Luís Inácio Ledur.
Um mês depois, o vice-cônsul confirmou que uma ONG belga, ligada ao governo português, ajudaria nas duas obras, repassando 70% do total necessário. Adelino Pinto chegou a anunciar o acordo à imprensa em novembro e a notícia foi publicada no site da Embaixada portuguesa.
Em dezembro, três párocos gaúchos se reuniram em Lisboa com a representante da ONG belga Patrimônio de Restauração, Teresa Falcão e Cunha, que confirmou o investimento de R$ 12 milhões na reforma das igrejas. Porém, a Arquidiocese de Porto Alegre teria que depositar R$ 2,528 milhões na conta da ONG, como contrapartida.
A exigência surpreendeu os gaúchos, mas, após tratativas que incluíram até o Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, foi acertado o depósito na conta do vice-cônsul, que se comprometeu em repassar a verba até o final de janeiro. O prazo terminou, porém o dinheiro não veio.
A Arquidiocese tentou, sem sucesso, reaver o depósito inicial, mas o vice-cônsul já havia repassado o valor para a ONG, mesmo tendo registrado em cartório que não mexeria no recurso. Ele alegou que era preciso para o andamento do acordo.
Preocupados, os párocos registraram ocorrência na 1ª Delegacia de Porto Alegre. O delegado Paulo César Jardim ouviu o padre Inácio, juntou provas, mas não pôde concluir a investigação, porque Adelino Pinto tem imunidade consular. O caso precisa ser encaminhado ao governo brasileiro, que deve repassá-lo a autoridades portuguesas.
A Polícia procurou a o Vice-Consulado, que alegou desconhecer o negócio.


Vice-cônsul português nega desvio de dinheiro de doações da Igreja Católica

Adelino Vera Cruz Pinto

Um suposto golpe contra a Arquidiocese da Igreja Católica de Porto Alegre está mobilizando o governo de Portugal, que enviará emissário para tentar esclarecer o sumiço de R$ 2,5 milhões destinados à restauração de duas paróquias. Representando o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Vítor Sereno vai comandar uma inspeção diplomática para apurar o envolvimento do vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, Adelino Vera Cruz Pinto, no caso. O diplomata teria recebido o dinheiro da Arquidiocese como contrapartida às obras e deveria devolvê-lo até 31 de janeiro, o que não ocorreu. O padre Leandro Padilha, da Arquidiocese de Porto Alegre, diz: "Como estamos tratando com o vice-cônsul de Portugal e levando em conta as boas relações com o Brasil, acredito que tudo vai ser resolvido e teremos o dinheiro de volta. Na sexta-feira - 25 de março, a embaixada de Portugal mandou dois representantes para conversar com dom Dadeus, arcebispo de Porto Alegre. Na segunda-feira - 28 de março - à noite o vice-cônsul nos ligou para dizer que até 11 de abril o dinheiro será devolvido".
O vice-cônsul reconheceu que falhou em movimentar o depósito, mas diz que o fez para agilizar a liberação do recurso para reformar as igrejas. Adelino Pinto promete devolver no dia 11 de abril pelo menos o dinheiro depositado pelos párocos gaúchos.


Dinheiro da Arquidiocese de Porto Alegre estaria com a ONG responsável pela doação

Delegado Paulo Jardim apresentou
provas do golpe contra a Arquidiocese



Uma troca de e-mails indica que os R$ 2,5 milhões utilizados como caução por padres gaúchos para garantir recursos para a reforma de duas Igrejas está em poder da ONG que faria a doação. A ação faria parte de um suposto golpe na Arquidiocese de Porto Alegre. A quantia prometida para as obras é de R$ 12 milhões.
As mensagens foram trocadas entre o padre Luís Inácio Ledur, responsável pelas restaurações na capital, o vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, Adelino Pinto, e Teresa Falcão e Cunha, da ONG com atuação na Europa. Numa das mais recentes, em março deste ano, o vice-cônsul pede à Teresa Falcão que devolva o dinheiro adiantado pela Arquidiocese ou que dê seguimento ao projeto de reforma.
Isso para evitar transtornos a ele. Em outro e-mail, Teresa Falcão pede ao padre Ledur a saída do vice-consul das negociações devido a pressões que ele faz para receber o dinheiro de volta. Ela diz ainda ao religioso que o processo de doação de verba é moroso e requer paciência, que tudo será resolvido.
Em outro e-mail, Teresa, da ONG, diz ao padre que a participação de Adelino poderia provocar investigações da Receita Federal e até do Vaticano.
Para Amadeu Weinmann, advogado do vice-consul, o diplomata não se envolveu nas tratativas.

PS: A contrapartida da Igreja foi depositada na conta do vice-cônsul.
Justiça investiga patrimônio do sindicalista peronista Moyano

O presidente da Confederação-Geral dos Trabalhadores (CGT) da Argentina, Hugo Moyano, construiu de 2003 até hoje um império empresarial de lucro milionário graças a contratos exclusivos com o Sindicato dos Caminhoneiros do país. Por esse motivo, seu patrimônio e o da família dele estão sendo investigados pela Justiça federal argentina. A apuração foi iniciada quando o promotor Patricio Evers solicitou uma prorrogação de duas semanas para a investigação de uma denúncia de fraude contra o Estado envolvendo o sindicato, agregando a ela uma acusação de possível administração fraudulenta. O pedido teve como base a denúncia da ex-ministra da Saúde, Graciela Ocaña, à qual o Clarín teve acesso, em que são revelados pela primeira vez os balanços contábeis ano a ano das bem-sucedidas parcerias registradas com pouca sutileza no nome de parentes diretos do líder sindical que, em todos os casos, fazem crescer seu negócio graças aos recursos da associação mutuária. A terceira e atual mulher de Moyano chama-se Liliana Zulet e ele mesmo reconheceu em entrevista ao jornal Crítica que ela "é a coordenadora do sindicato". Na mesma reportagem, de março de 2008, o sindicalista disse que sua renda era composta pelo salário que recebia como presidente dos sindicatos dos caminhoneiros e dos motoristas. "Devo receber entre 8,5 mil e 9 mil pesos mensais (cerca de R$ 3,5 mil)", afirmou. É possível que o reajuste dos salários já tenha dobrado esse valor. Outro detalhe conhecido é que as quatro empresas em nome de seus parentes faturaram juntas cerca de 20 milhões de pesos nos últimos 6 anos, segundo registros contábeis reunidos pela ministra.
Propriedades usadas pessoalmente por Moyano estão também registradas em nome dessas empresas. O Clarín foi a um endereço que a filha de Liliana, Valeria Salerno, registrou como seu domicílio quando se inscreveu como sócia da Iarai S.A. Essa empresa é administrada pela mulher de Moyano. A Conducir Salud, administradora do sindicato dos caminhoneiros pertence à Iarai. Mas, de acordo com os registros do cartório de notas, o imóvel está no nome de Eva Irma Moyano e do marido dela. O 9.º andar do mesmo prédio pertence à Aconra S. A., construtora criada em 2004 cuja presidência foi assumida pela filha de Liliana em 2007. O balanço de seu primeiro ano de gestão viu um aumento de 70% (17 milhões de pesos) no faturamento, obtido por meio de obras construídas para o sindicato dos caminhoneiros. Para financiar suas operações, a Aconra recorreu ao crédito da Iarai. Esses cruzamentos entre débito e crédito se dão em todas as sociedades do conglomerado da família. O caminho que associa Moyano às residências e às empresas leva também a Parque Leloir, cidade da região de Buenos Aires. O sindicalista mora em Barracas, na capital argentina, mas costuma visitar uma casa de campo em um endereço comprado em 2004 pela Dixey, uma provedora de serviços de informática associada ao clã. Chama a atenção que no balanço da sociedade de 2006 seja mencionado que o espaço seria usado para abrigar seus escritórios. O endereço, visitado pelo Clarín, é uma bela residência quase do tamanho de um quarteirão localizada num bairro cheio de chácaras. Luisa Carpanessi, vereadora de Ituzaingó eleita pela Coalizão Cívica, confirmou que os moradores de Parque Leloir comentam que Moyano usa a casa: "Ele ergueu um muro de quase três metros, transformando-a numa fortaleza. E isso destoa das imediações, pois se trata de um bairro residencial, de muito verde", explicou ela. Liliana Zulet registrou seu domicílio particular na mesma região quando assumiu a diretoria da Dixey. Trata-se de uma imensa casa de campo em Udaondo. A lista telefônica diz que ali funciona também a Aconra. Na terça feira, depois de apresentar uma denúncia de "fraude processual" após o pedido suíço, o advogado de Moyano, Daniel Llermanos, conversou com a rádio Continental. Perguntaram a ele se não era contraditório o fato de Moyano ter criticado os sindicalistas da década de 90 por serem milionários enquanto ele próprio havia enriquecido. "O que ele questionava eram os sindicatos pobres presididos por sindicalistas ricos; o sindicato dos caminhoneiros é riquíssimo", respondeu.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Alencar - Entre a cremação e o enterro

Se depender da última vontade do ex-vice-presidente José Alencar, o corpo dele será cremado. Mas a família ainda não decidiu se será assim.
Parentes e amigos de Alencar argumentam que ele foi um homem público importante. E que o enterro do corpo ajudará também a preservar sua memória.
O mausoléu da família está pronto em Belo Horizonte para receber o corpo. Falta a última palavra da família.
Caso o corpo seja cremado, isso em nada afetará a situação da professora aposentada Rosemary de Morais, 55 anos, que reinvindica o direito de ser reconhecida como filha de Alencar.
Ela mora em Caratinga, no interior de Minas. Sua mãe, uma enfermeira que já morreu, namorou Alencar quando ele morava na cidade e ainda não era empresário.
Alencar recusou-se a se submeter a exame de DNA como exigiu a Justiça. Alegou que frequentara a zona de prostituição de Caratinga quando era jovem. E que não fazia sentido se pedir exame de DNA a todo jovem que um dia tivesse feito o que ele fez.
Indiretamente, pois, sugeriu que a mãe de Rosemary poderia ter sido uma prostituta - o que Rosemary nega.
Foi então que o juiz José Antonio Cordeiro, de Caratinga, com base na recusa de Alencar em fazer o exame de DNA e em provas apresentadas por Rosemary, autorizou a professora a ser registrada com o sobrenome do ex-vice-presidente.
Advogados de Alencar conseguiram que o processo fosse bater no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Ali está parado.
É na primeira instância que se produz provas. Nenhum tribunal jamais revogou decisão de primeira instância em caso de reconhecimento de paternidade quando houve recusa a se fazer exame de DNA.
A jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal reforça a decisão do juiz de Caratinga.
Caso ocorra, a cremação do corpo de Alencar servirá para atender à vontade dele. E também para evitar um eventual pedido de exumação do corpo.

Teste de DNA - Lula veta admissão de paternidade

[ notícia de 01 de setembro de 2010 - jornalista: Nathalia Passarinho - site G1 ]

O [ex]presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou projeto de lei que previa “admissão tácita” de paternidade nos casos em que o suposto pai se recusa a fazer teste de DNA. A proposta, de autoria da [ex]deputada Iara Bernardi (PT-SP), foi aprovada pelo Congresso Nacional.
O texto afirma que quando o suposto pai se nega a entregar material genético, há a “presunção relativa” da paternidade. A regra só valeria para pedidos feitos pelo Ministério Público ou por alguém que tenha “legítimo interesse” na comprovação da paternidade.
Atualmente, o entendimento é aplicado pelo Judiciário em casos concretos com base em uma jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
Um caso recente que se enquadraria no espírito da proposta vetada por Lula é o do [ex]vice-presidente da República, José Alencar.
O juiz da comarca de Caratinga (MG), José Antônio Cordeiro, determinou que Alencar reconhecesse a paternidade da professora aposentada Rosemary de Morais, de 55 anos, porque ele se recusou a fazer o teste de DNA.
Segundo seu advogado, José Diogo Bastos, o [ex]vice-presidente da República poderia se abster de fazer o teste porque no processo não havia indícios da paternidade. Bastos afirma que a sentença foi contrária aos autos e pediu ao juiz do caso que dê publicidade a todo o processo, o que foi negado.
Na decisão o juiz avaliou o pedido como "meramente protelatório" e reafirmou que decisões anteriores do STJ justificam a determinação de reconhecer a paternidade depois da recusa do [ex]vice-presidente em fazer o exame de DNA.
"Não se pode conceber que uma ação de paternidade demore por mais de dez anos só porque o réu coincidentemente é pessoa pública notória. Se virar moda que uma ação de paternidade demore por mais de dez anos, é bem possível que a paternidade seja questão a ser excluída do Poder Judiciário", afirmou o juiz na decisão.
Opportunity não confirma versão de Knijnik sobre dinheiro no Paraíso Fiscal

O Banco Opportunity não confirmou uma única vez a informação passada ao governador gaúcho Tarso Genro pelo seu secretário Mauro Knijnik, segundo a qual foi o banco e não ele quem investiu seu dinheiro no Opportunity Fund.
O banco disse que a sede do Opportunity Fund fica nas Ilhas Cayman, para onde foi parar o dinheiro de Knijnik. A Polícia Federal descobriu o investimento e indiciou o secretário de Tarso Genro por evasão de divisas (envio ilegal de dinheiro para o exterior) e crime fiscal (sonegação do Imposto de Renda sobre os rendimentos).
O PT e seus aparelhos sindicais se calam diante das denúncias da Polícia Federal contra o secretário Mauro Knijnik. O desconforto da bancada e da administração estadual é visível diante da situação de Knijnik, mas ninguém quer falar.
Novo órgão público

O governo gaúcho do PT, resolveu criar um novo órgão estatal estadual para fazer o que o Daer já está fazendo.
O governo não vai melhorar o Daer, mas vai acabar com o Daer. É o que decidiu o governo Tarso Genro, conforme declarações liberadas pelo secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque (PSB-RS), na manhã de terça-feira - 29 de março:
1- O Daer não fará mais fiscalização de rodoviárias, transporte de cargas e passageiros, fretamento de turismo.
2- As funções extirpadas do Daer, passarão para uma Agência do Daer, que será criada dentro de 60 dias.
O governo resolveu se mexer depois de denúncias de fraude na relação entre o Daer, prefeituras e empresas fabricantes de controladores eletrônicos de velocidade, o que resultou num pedido de CPI.
Padre que abençoava vôos da morte é denunciado enquanto rezava missa na Argentina

Um padre que abençoava militares argentinos e os vôos da morte por meio dos quais a ditadura jogava presos políticos-desaparecidos vivos no mar, foi localizado por jovens militantes em uma paróquia de San Martín, na província de Buenos Aires, e denunciado publicamente enquanto rezava a missa. O padre Alberto Angel Zanchetta, que em 2009 foi aposentado como capitão de fragata e capelão da Marinha, continua exercendo o sacerdócio em paróquias da capital argentina e arredores, apoiado pelo cardeal Jorge Bergoglio. Entre os anos 1975 e 1976, Zanchetta serviu na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), considerada o maior centro clandestino de detenção da ditadura e onde desapareceram cerca de 5 mil pessoas. Depois que o Ministério da Defesa, comandado pela advogada Nilda Garré, determinou a remoção de Zanchetta em 2009, ele foi descoberto em uma igreja do antigo bairro de San Telmo. Diante do escândalo, a cúpula da Igreja Católica enviou-o para Itália por um tempo e, acreditando que tudo havia caído no esquecimento, decidiu reintegrá-lo à paróquia da localidade de 3 de fevereiro, próxima da de San Martín, onde ele foi novamente localizado por familiares dos desaparecidos e sobreviventes. No dia 6 de março, o padre foi enviado então para a paróquia de San Martín, mas ele foi mais uma vez localizado por familiares de desaparecidos que alertaram os moradores do lugar. Quase ao terminar a missa, no último domingo, um grupo de militantes da Juventude Peronista Evita e familiares de vítimas seguiram atentamente seu sermão, carregado de intrigas políticas. Um dos jovens levantou-se, interrompeu a missa e disse a todos os assistentes que aquele padre havia estado na ESMA durante a ditadura, enquanto seus companheiros distribuíam um panfleto contendo um alerta aos moradores. “Na igreja de seu bairro um assassino está rezando a missa”, denunciava o panfleto. No dia seguinte, integrantes da Pastoral Social pediram ao bispo da região que retirasse Zanchetta da paróquia. A comunidade espera agora uma decisão da Cúria, enquanto seguem aparecendo cartazes dizendo que, como aconteceu com os nazistas, os assassinos da ditadura serão buscados não importa onde forem. No livro "El vuelo", de Horacio Verbistky, o ex-capitão da Marinha, Adolfo Scilingo, preso atualmente na Espanha, fez sua primeira revelação sobre sua participação nos vôos da morte. Ele relatou que no regresso do primeiro vôo em que atuou jogando pessoas ao mar se sentiu muito mal e se aproximou de um capelão da Marinha, que o acalmou dizendo que era uma morte cristã porque as vítimas não sofriam.
Pane na usina de Itaipu causa apagão no Paraguai

Falhas técnicas na represa hidrelétrica paraguaio-brasileira de Itaipu deixaram quase todo o território do Paraguai às escuras por cerca de 30 minutos, informaram funcionários da estatal Ande (Administração Nacional de Eletricidade). "O corte de energia afetou quase todos os centros urbanos do país", disse Héctor Vera, gerente de distribuição. Ele disse ainda que as cidades do sul, alimentadas pela represa paraguaio-argentina Yacyretá, não foram afetadas. Vera observou que a pane foi registrada nas linhas de interconexão entre Itaipu e a Ande. A energia elétrica foi restabelecida por etapas, começando por Assunção e sua área metropolitana.
Israel revogará cidadania de quem for desleal ao Estado

O Parlamento de Israel aprovou a Lei da Cidadania e da Lealdade, que estabelece a revogação da cidadania de israelenses que forem considerados culpados de crimes de traição, espionagem e terrorismo. A lei, de autoria do partido Israel Beitenu (liderado pelo chanceler Avigdor Lieberman), altera a lei da Cidadania de Israel e, pela primeira vez na história do país, estipula condições segundo as quais é possível revogar o direito de cidadania. Segundo a lei, cidadãos israelenses "que forem condenados por crimes de espionagem, atos de terror, ajuda ao inimigo em tempos de guerra e serviços em favor de forças inimigas" poderão ter seus direitos de cidadãos revogados pela Suprema Corte de Israel. Condenados que tenham dupla cidadania perderão a israelense totalmente; os que tiverem apenas a cidadania israelense ganharão status semelhante ao de estrangeiros residentes no país, sem direito a voto ou passaporte, por exemplo. O lema "não há cidadania sem lealdade" foi adotado pelo partido Israel Beitenu durante a campanha eleitoral, há cerca de dois anos. O deputado David Rotem, autor do projeto de lei, afirmou que "todos aqueles que traírem o Estado e cometerem atos de terrorismo contra seus cidadãos saberão que a lealdade é inseparável da cidadania". O chanceler Lieberman declarou que "quem prejudicar o Estado não pode usufruir da cidadania.
Jordânia quer "maior descoberta da história cristã" de volta

O governo da Jordânia tenta repatriar livros feitos de chumbo que, segundo suspeitas de especialistas, parecem ser os mais antigos da história cristã, tendo sobrevivido a quase 2.000 anos em uma caverna do país do Oriente Médio. As relíquias, que estão atualmente em Israel, poderiam trazer à luz novos dados sobre o nascimento do cristianismo e sobre a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo. O conjunto de cerca de 70 livros, cada um com entre 5 e 15 "folhas" de chumbo presas por aros de chumbo, foi aparentemente descoberto em um vale remoto e árido no norte da Jordânia, entre 2005 e 2007. Uma enchente expôs dois nichos dentro da caverna, um deles marcado com um menorá, candelabro que é símbolo do judaísmo. Um beduíno jordaniano abriu os nichos e o que encontrou ali dentro parece ser uma extremamente rara relíquia dos primórdios do cristianismo. Essa é a visão do governo da Jordânia, que alega que os livros foram contrabandeados para Israel por outro beduíno. O beduíno israelense que atualmente guarda os livros nega tê-los contrabandeado e alega que as antiguidades são peças que sua família possui há cem anos. O governo jordaniano disse que fará "todos os esforços, em todos os níveis" para repatriar as relíquias. O diretor do Departamento de Antiguidades da Jordânia, Ziad Al-Saad, diz que os livros parecem ter sido feitos por seguidores de Jesus nas décadas seguintes a sua crucificação. "Talvez eles sejam mais significativos que os pergaminhos do mar Morto (relíquias descobertas nos anos 1940 que contêm textos bíblicos)", disse Saad. "Talvez eles precisem de mais interpretação e conferência de autenticidade, mas a informação inicial é muito animadora. Parece que estamos diante de uma descoberta importante e significativa, talvez a mais importante da história da arqueologia". As "folhas" dos livros, a maioria delas do tamanho de um cartão de crédito, contêm textos escritos em hebraico antigo, a maior parte em código. Se as relíquias forem de fato de origens cristãs, em vez de judáicas, são de grande significado. Um dos poucos a ter visto a coleção é David Elkington, acadêmico que estuda arqueologia religiosa e líder de uma equipe britânica empenhada em levar os livros a um museu na Jordânia. Elkington alega que os livros podem ser "a maior descoberta da história cristã": "É de tirar o fôlego a idéia que tenhamos contato com objetos que podem ter sido portados pelos primeiros santos da Igreja". O acadêmico diz que as relíquias contêm sinais que seriam interpretados, pelos cristãos da época, como imagens de Jesus e de Deus e da "chegada do messias". Na "capa" de um dos livros "vemos o menorá de sete ramificações, o que os judeus eram proibidos de representar porque ele residia no local mais sagrado do templo, na presença de Deus", explica Elkington: "Assim, temos a vinda do messias para obter a legitimidade de Deus". Philip Davies, professor emérito de estudos do Velho Testamento da Universidade de Sheffield, afirma que a prova mais contundente da origem cristã das relíquias está em um mapa feito da cidade sagrada de Jerusalém. "Há uma cruz em primeiro plano e, atrás dela, está o que seria a tumba (de Jesus), um pequeno edifício com uma abertura e as muralhas da cidade. Outras muralhas representadas em outras páginas dos livros quase certamente se referem a Jerusalém", diz Davies, que afirma ter ficado "estupefato" com as imagens, "claramente cristãs". A cruz é o que mais chama a atenção dos especialistas, feita no formato de um T maiúsculo, como eram as cruzes que os romanos usavam para crucificações. "É uma crucificação ocorrida fora dos muros da cidade", diz Davies. Margaret Barker, especialista em história do Novo Testamento, ressalta que o local onde se acredita que as relíquias tenham sido encontradas denota sua origem cristã, e não puramente judaica: "Sabemos que, em duas ocasiões, grupos de refugiados dos distúrbios em Jerusalém rumaram a leste, atravessaram a Jordânia perto de Jericó e foram para perto de onde esses livros parecem ter sido achados". Ela acrescenta que outra prova da "proveniência cristã" é que as relíquias são em formato de livros, e não de pergaminhos: "Os cristãos eram particularmente associados com a escrita na forma de livros e guardavam os livros como parte da secreta tradição do início do cristianismo". O Livro das Revelações se refere a esses textos guardados. Outro possível elo com a Bíblia está contido em um dos poucos fragmentos de texto que foram traduzidos das relíquias. O fragmento, acompanhado da imagem da menorá, diz: "Devo andar honradamente", frase que também aparece no Livro das Revelações. Ainda que a frase possa simplesmente significar um sentimento comum no judaísmo, pode também se referir à ressurreição. Não está esclarecido se todos os artefatos descobertos são parte do mesmo período, mas testes feitos no chumbo corroído dos livros indica que eles não foram feitos recentemente.
Chávez recebe prêmio de jornalismo na Argentina






Hugo Chávez recebe prêmio da reitora da Universidade Nacional de La Plata, Florencia Saintout, na Argentina


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, recebeu na Argentina o prêmio de jornalismo Rodolfo Walsh, concedido pela Faculdade de Jornalismo e Comunicação Social da Universidade Nacional de La Plata. Segundo a instituição, que é pública, a premiação foi concedida a Chávez por "seu autêntico e inquestionável comprometimento com a liberdade dos povos". Além de suas famosas críticas à imprensa, a relação de Chávez com a mídia também é marcada pela criação da Telesur, rede de TV bancada por governos da América Latina.
- Vida longa à liberdade de pensamento! Fim à hegemonia - disse Chávez ao receber o prêmio, acrescentando que está promovendo "uma nova dinâmica para a comunicação e a informação popular, livre da ditadura da mídia da burguesia e do império".
Cerca de cinco mil pessoas presenciaram a cerimônia de premiação em La Plata. Ao chegar à Argentina, onde começou um giro que incluirá passagens por Uruguai, Bolívia e Colômbia, o presidente venezuelano disse estar orgulhoso pela premiação. Ele também reafirmou que há liberdade de imprensa em seu país, ao contrário do que dizem críticos e organizações internacionais.
- É apenas a burguesia que quer impor sua voz. Ela não quer ouvir a voz do povo. E nós - Cristina assim como eu - representamos a voz de nossos povos - afirmou Chávez, citando a presidente argentina, Cristina Kirchner, ao chegar a Buenos Aires.
O jornal venezuelano "El Nacional" criticou a concessão do prêmio ao presidente. "Que uma universidade sul-americana não saiba sobre essa grave situação e ouse honrar esse líder militar com o Prêmio Rodolfo Walsh diz muito sobre a destruição dos valores que os Kirchner impuseram à nação argentina. Walsh foi uma vítima da repressão militar e seu exemplo agora é manchado absurdamente", diz o editorial do diário.
O prêmio é uma homenagem a Rodolfo Walsh, um dos jornalistas mais importantes das últimas décadas na Argentina, sequestrado e assassinado pelos militares em 1977. Em meio à enxurrada de críticas, a reitora da faculdade, Florencia Saintout, afirmou que "este não é um prêmio neutro, é um prêmio de uma faculdade criada após a ditadura". Para Saintout, "Chávez lidera um dos processos mais profundos de emancipação da América Latina".
Na Argentina, Cristina Kirchner vem sendo questionada por uma manifestação do sindicato dos caminhoneiros - aliado do governo - que impediu no domingo - 27 de março - a circulação do "Clarín", um dos jornais que fazem oposição à presidente. Ao chegar a Buenos Aires, Chávez defendeu Cristina.
- Aqui há democracia - afirmou ele, elogiando o país pelo "debate aberto, como na Venezuela, e pela presidente que é uma absoluta defensora dos direitos humanos e da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa e da liberdade de pensamento".
Os dois presidentes assinaram acordos comerciais nas áreas de alimentos, transporte e energia e visitaram uma fábrica estatal onde serão construídos navios para a indústria de petróleo venezuelana.

PS: Chávez é o segundo presidente a receber a premiação. O primeiro foi Evo Morales, da Bolívia.

terça-feira, 29 de março de 2011

Filha soube da morte de José Alencar
pela TV


A professora aposentada Rosemary de Morais, 55 anos, cuidava do jardim na tarde de terça-feira - 29 de março - em Caratinga, no interior de Minas, quando o marido a chamou para ver a televisão: na tela era noticiada a morte de José Alencar.
Para Rosemary, uma notícia que foi motivo de grande tristeza não pela trajetória do homem que construiu um verdadeiro império empresarial e deu emprego a milhares de brasileiros. Nem pelo Zé que chegou ao poder eleito vice-presidente junto com Luiz Inácio Lula da Silva.
Mas pela pessoa que, segundo decisão da Justiça de Caratinga, era seu pai. Um homem que não teve a chance de conhecer melhor, mesmo no fim da vida.
Desde 2001 Rosemary brigava para que José Alencar reconhecesse sua paternidade. O caso ainda está em curso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a quem os advogados de Alencar recorreram depois do juiz de Caratinga José Antônio Cordeiro autorizar a professora a ser registrada com o sobrenome do ex-vice-presidente. Alencar sempre se recusou a fazer exame para atestar a paternidade da professora aposentada.
- Ela ficou muito chateada com a notícia da morte, porque nunca conseguiu falar direito com ele. Queria ter tido a chance de conversar pelo menos agora, saber o que aconteceu no passado deles. Mas não tem mais jeito, acabou - disse o caminhoneiro aposentado Amilcar Campos, marido de Rosemary.
A mulher não quis dar entrevistas, segundo ele, por ainda estar abalada, e por temer "falar alguma coisa errada", que pudesse chatear a família do suposto pai.
- A gente vai ficar aqui quietinho na nossa casa, não devemos ir a velório ou enterro. A não ser que a família dele nos convide, mas acho difícil disso acontecer - disse Amilcar.
Rosemary tinha 43 anos quando a mãe lhe mostrou a foto do filho de Alencar no jornal, Josué Gomes da Silva, dizendo-lhe que ele era seu irmão. Durante a campanha de Alencar ao Senado, em 1998, conseguiu se aproximar do suposto pai e dizer que era sua filha. Um assessor anotou seus telefones, mas ela nunca mais conseguiu fazer novos contatos.
Segundo Rosemary, sua mãe, a enfermeira Francisca Nicolina de Morais teria ficado grávida de Alencar na época em que ele ficou noivo, por isso os dois não se encontraram novamente.
Anos depois, questionado sobre o motivo de não ter aceitado fazer o exame de paternidade, Alencar insinuou que Francisca era prostituta, dizendo que "são milhões de casos de pessoas que foram à zona". A postura do político foi motivo de grande tristeza para Rosemary.
Comunicação

Após a morte do ex-vice-presidente José de Alencar, os responsáveis pela conta no Twitter da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo tuitaram: "Por que foi o José Alencar e não o Sarney?"
Os responsáveis pela conta no Twitter da Secretária da Cultura do Estado de São Paulo cometeram o erro crasso – e já clássico – de publicar uma mensagem no microblog usando um nome de usuário equivocado.
Logo após a veiculação da notícia da morte do ex-vice-presidente José de Alencar ser confirmada pelos principais portais, a conta @CulturaSP publicou a seguinte mensagem: “PQ foi o José Alencar e não o #Sarney?”. Antes de ser apagada, a mensagem recebeu diversos retuítes.
Consumado o constrangimento, a secretaria vinculada ao governo tucano de Geraldo Alckmin viu-se compelida a pedir desculpas.
Veiculou no mesmo microblog o seguinte texto:
"Mensagem postada indevidamente no nosso perfil não reflete a posição oficial da Secretaria. Lamentamos o ocorrido".

Essa não é a primeira vez que o presidente do Senado, José Sarney, é envolvido numa polêmica no Twitter.
É a segunda vez que José Sarney (PMDB-AP), tetrapresidente do Senado, é brindado com mensagens tóxicas em microblogs oficiais.
No mês passado, uma funcionária terceirazada do departamento de comunicação do Tribunal Superior Federal (STF) valeu-se da aposentadoria do jogador Ronaldo para indagar no twitter do tribunal:
"Ouvi por aí: 'agora que o Ronaldo se aposentou, quando será que o Sarney vai resolver pendurar as chuteiras?'."
Presidente do Supremo, Cezar Peluzo tocou o telefone para Sarney. Desculpou-se. Ouviu dele pedido para que não punisse a funcionária.
Peluzo fez ouvidos moucos para o apelo, mandou dispensar a autora do chiste e divulgou nota de esclarecimento.
Não há, por ora, notícia de telefonema de Alckmin para Sarney.
LULA E DILMA SE EMOCIONAM AO FALAR DE ALENCAR

Em lágrimas, a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula comentaram a morte de José Alencar. A visita de ambos a Portugal foi encurtada, e os dois voltam a Brasília logo depois de Lula receber o título de doutor honoris causa na Universidade de Coimbra, que ele vai dedicar a Alencar. "Todo mundo era bom depois de morrer. Alencar era bom em vida", chorou Lula. Dilma informou que a família de Alencar aceitou que o corpo seja velado no Palácio do Planalto. O enterro será em Minas Gerais. O governo decretará luto oficial de sete dias.
O ex-vice-presidente José Alencar morreu nesta terça, às 14h45, por falência múltipla de órgãos, aos 79 anos, no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde Alencar se internara na última sexta-feira, 25 de março.
Alencar lutava contra um câncer desde 1997. Localizado no rim, o câncer se espalhou atingindo a próstata e outros órgãos. Ele passou por 17 cirurgias - a mais longa de 17 horas.
Ele havia sido internado, mais uma vez, na segunda-feira - 28 de março, com fortes dores abdominais, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Sírio Libanês. De acordo com o boletim médico divulgado pelo hospital, José Alencar havia sido internado "com quadro de suboclusão intestinal, em condições críticas"
O médico Raul Cutait, um dos coordenadores das equipes médicas que acompanhavam o estado de saúde do ex-vice-presidente José Alencar, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, deu um diagnóstico final para seu paciente na manhã de terça-feira - 29 de março. "Ele está em uma fase muito ruim da vida dele. Voltou a ter uma perfuração no abdômen, que não tem mais condições de tratamento cirúrgico. Mas estamos dando a ele todas as medidas de suporte para que ele não sofra. Ele está com muito analgésico para não sentir dor, por isso está sonolento o tempo todo".
Ou seja, ele informou que José Alencar foi sedado e que agora os médicos só esperavam pela sua morte.
Os médicos constataram mais uma perfuração do intestino e um quadro de peritonite. Não havia mais nada a fazer, porque José Alencar não tinha condições para passar por nova cirurgia. Então o paciente foi sedado para passar pelas suas últimas horas.
Foi no final do ano passado que o estado de saúde dele se agravou. Mesmo assim Alencar fez questão de comparecer à cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff. Os médicos não deixaram.
Em Portugal na companhia de Lula, que foi ser homenageado pela Universidade de Coimbra, é provável que Dilma antecipe sua volta ao Brasil originalmente marcada para amanhã.
PT tenta confundir objetivo da CPI dos Pardais para livrar prefeituras do PT.

CPI investigará as denúncias de corrupção denunciadas na atual administração do governo Tarso Genro (PT-RS), envolvendo servidores de confiança nomeados pelo secretário de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque (PSB-RS).
O pivô de todos os crimes anunciados é Paulo Aguiar, que cuidou da área de pardais (câmeras de controle de velocidade) e caetanos (lombadas eletrônicas) durante os governos Olívio Dutra e Tarso Genro. Os servidores, envolvidos, sempre foram nomeados pelas secretarias ocupadas pelo PSB.
O deputado estadual Daniel Bordignon, líder do PT, modificou o requerimento que será apresentado pelo deputado estadual Bassegio, do PDT, restringindo o foco das investigações ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER-RS), portanto ignorando denúncias contra prefeituras como Gravataí, Esteio e Erechim, todas ligadas ao PT (Esteio é administrada pelo PSB). Ele prometeu apresentar sua proposta nesta terça-feira - 29 de março.
O PT está cheio de dedos, ainda não assinou o pedido de CPI, manobrando visivelmente para livrar a cara das administrações do PT. A idéia é restringir o objetivo da CPI ao DAER-RS.
A bancada dos cinco deputados estaduais do PSDB decidiu assinar o requerimento que cria a CPI do Daer-RS, também chamada de CPI dos Pardais.
Os deputados tucanos só farão isto depois da nota técnica que estão elaborando.
EmancipaRS
Cursinho pré-vestibular grátis do PSOL abre na Escola Superior do Ministério Público.
A ex-deputada Luciana Genro não se intimidou com as críticas e na sala 7 do 7º andar da Escola Superior do Ministério Público, às 18h30, realizou a aula inaugural da sua escolinha pré-vestibular grátis, o EmancipaRS, custeado por dinheiro grosso da Icatu Seguros, Panvel, Zaffari, Multiplan e Fecomércio. Depois da apresentação do curso, os alunos deverão ser encaminhados às suas salas (duas).
A ex-deputada Luciana Genro foi procurada pela Escola Superior do Ministério Público, que ofereceu salas, luz, água, ar condicionado, equipamentos eletrônicos, limpeza, elevadores - tudo de graça.
Como se sabe, a ex-deputada é do PSOL e é candidata declara a vereadora de Porto Alegre. O pessoal que mandará na Escolinha da Professora Luciana é todo do PSOL. O cursinho tem claro viés psolista e de extrema esquerda. Os coordenadores pedagógicos do EmancipaRS são totalmente ligados ao PSOL.
Ponte de embarque despencou em Guarulhos
Após um estalo, a operadora da ponte de embarque Terminal 1 do aeroporto de Guarulhos (SP), empurrou mãe e filha, salvando-as da tragédia: a geringonça, conhecida por finger, despencou, segundo testemunhas. E levou junto a porta do Boeing 777 da United Airlines.
Ocorrido há um mês [no dia 24 de fevereiro], o caso foi mantido sob sigilo e indica falta de manutenção da Infraero, que nega o desabamento.
Por sorte, ninguém se feriu.
O incidente em Guarulhos se deu quando iniciava o desembarque de passageiros que viajaram 8 horas, desde Chicago (EUA), sem sustos.
O prejuízo ficou com a United Airlines, cujo avião foi retido por três dias para consertar a porta e ainda voou aos EUA vazio, para fazer manutenção.
Desde o incidente, a ponte de embarque do Terminal 1 está interditada enquanto a Infraero pensa o que vai fazer, avaliando o caso com o fabricante.

Estados Unidos desenvolvem "botão de pânico" para celulares de ativistas pró-democracia

Em um futuro bem próximo, quando defensores da democracia tiverem seus celulares confiscados pela polícia, eles poderão apertar o "botão de pânico", um aplicativo especial que irá apagar a agenda de contatos e emitir alertas de emergência para outros ativistas. O botão de pânico é uma das novas tecnologias que o Departamento de Estado norte-americano está promovendo para equipar ativistas pró-democracia em países desde o Oriente Médio até a China, com ferramentas para combater governos repressores. "Estamos tentando fazer com que isso não fique muito conhecido, pois muitas das pessoas com quem trabalhamos operam em ambientes bastante sensíveis", afirmou Michael Posner, assistente da secretaria de Estado para direitos humanos e trabalhistas. A iniciativa tecnológica dos Estados Unidos é parte da estratégia da secretária de Estado do país, Hillary Clinton, de expandir a liberdade na internet, ressaltando o papel importante que recursos online como o Twitter e o Facebook têm em alimentar movimentos democráticos no Irã, Egito, Tunísia e outros locais. Os Estados Unidos já investiram cerca de US$ 50 milhões desde 2008 para promover novas tecnologias para ativistas. O foco tem sido em tecnologias que possam ajudá-los a trabalhar mesmo com firewalls impostos pelo governo e no oferecimento de novas estratégias para proteger sua própria comunicação e dados da intrusão do governo.
Computadores da Nasa são vulneráveis a ataque de hackers

Os computadores da Nasa, de onde partem comandos da Terra para os veículos que se encontram no espaço, são vulneráveis a ataques cibernéticos pela internet. Essa é a conclusão de uma comissão interna divulgada e conduzida pela agência espacial americana. Segundo o inspetor-geral Paul Martin, pelo menos seis servidores de computadores da Nasa correm o risco de sofrer um ataque remoto. Em seu relatório, ele salientou a necessidade de ações imediatas da Nasa para diminuir as possibilidades de intrusões externas. Martin lembrou um acidente que ocorreu em março de 2009, em que criminosos cibernéticos infectaram um sistema computadorizado. Nessa ocorrência, pelo menos 3.000 conexões não-autorizadas foram feitas a partir da China, Holanda, Arábia Saudita e Estônia. Um pouco antes, em janeiro do mesmo ano, 22 gigabytes foram roubados de computadores do Laboratório de Propulsão de Jatos.
MST perde três quartos do número de acampados

Às vésperas do início de sua jornada nacional de lutas, o chamado “abril vermelho”, a organização Movimento dos Sem Terra (MST), a maior organização do País, enfrenta um dos desafios mais dramáticos de sua história: a contenção do rápido esvaziamento de seus acampamentos. No primeiro ano do governo do presidente Lula, existiam 285 acampamentos de sem-terra no País, de acordo com levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Em 2009 a quantidade despencou para 36. Em 2010 o número foi ainda menor, segundo dados preliminares do novo relatório da CPT que será divulgado nos próximos dias; e em 2011 as dificuldades de mobilização só aumentam. Dias atrás, o militante Luciano de Lima, um dos coordenadores do movimento no interior de São Paulo, teve dificuldade para reunir 27 pessoas na invasão de uma área da Ferroban, em Paraguaçu Paulista. O total de pessoas acampadas no País passou de 400 mil para menos de 100 mil entre 2003 e 2010, segundo estimativas da direção nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Para o secretário da coordenação nacional da CPT, Antonio Canuto, o esvaziamento é acentuado. Chefes do MST admitem o problema. A causa principal, na opinião deles, seria o crescimento do número de postos de trabalho no País, especialmente na construção civil. Gilmar Mauro, que faz parte da coordenação nacional e é reconhecido como um dos principais ideólogos do movimento, observa que a construção civil absorve grande volume de trabalhadores egressos do campo, com pouca especialização profissional, que eram os primeiros a se mobilizar pela reforma, desejosos de retornar ao local de origem. Para Antonio Canuto é preciso considerar também a falta de empenho do governo na execução da reforma: “Ninguém se dispõe a passar anos debaixo da lona de um acampamento se não houver uma perspectiva mínima de atendimento de suas reivindicações. No início do mandato de Lula as pessoas acreditavam que ele faria a reforma e por isso foram para os acampamentos. Com o tempo percebeu-se que o empenho do governo não era tão forte como se havia prometido. Agora a situação é pior, a reforma não está no horizonte do novo governo". O professor Bernardo Mançano Fernandes, do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma (Nera), ligado à Unesp, diz que é preciso considerar também a influência do Bolsa Família. Na sua avaliação, o programa deu mais opções de sobrevivência às famílias mais pobres, que relutam na hora de se deslocar para o acampamento, onde enfrentam muitas dificuldades.
Ilha de Lampedusa tem mais imigrantes africanos do que italianos

O número de imigrantes que estão na Ilha italiana de Lampedusa já supera o número total de habitantes, gerando ainda mais tensão no local, que vem recebendo um grande fluxo de africanos nos últimos meses e tem estrutura limitada para lidar com tantas pessoas. Estima-se que 6.000 imigrantes que buscam chegar à Europa estão na ilha no mar Mediterrâneo, na qual os habitantes são cerca de 5.000. Até agora, a maioria dos imigrantes eram tunisianos, mas já há também muitos de origem somali e eritréia que tentam fugir da violência na Líbia e em outros países africanos. Dezenas dos imigrantes estão acampados em barracas improvisadas, espalhadas pela ilha, pois o abrigo de Lampedusa só tem capacidade para 800 pessoas. A lotação é tamanha que um barco com imigrantes teve que ser levado até Linosa, uma ilha ainda menor 50 quilômetros ao norte. Na segunda-feira - 28 de março, os pescadores da ilha usaram os barcos para bloquear a entrada da baía de Lampedusa, um ato simbólico, mas que conseguiu aplausos dos moradores da ilha reunidos no cais. Moradoras da ilha protestaram virando latas de lixo e insultando os imigrantes acampados em Lampedusa. Desde janeiro, pelo menos 19 mil pessoas chegaram à Itália vindas da África, muitos desembarcando em Lampedusa. A maioria deles já foi encaminhada para outros lugares da Itália. A ilha, cuja economia é baseada no turismo e na pesca, fica a menos de cem quilômetros da costa do norte da África.
Governo Dilma publica portaria que suspende nomeações e concursos

O Diário Oficial da União trouxe na segunda-feira - 28 de março - uma portaria do Ministério do Planejamento que suspende, por tempo indeterminado, a nomeações de concursados no governo federal e a realização de novos concursos. A medida, anunciada pela ministra Miriam Belchior (Planejamento), faz parte dos cortes de R$ 50 bilhões no Orçamento estipulados pela presidente Dilma Rousseff no início do ano. Só a suspensão de concursos públicos deve representar uma economia de R$ 3,5 bilhões aos cofres federais. A ministra anunciou que o Ministério do Planejamento está realizando um "levantamento completo" de todos os concursos realizados para avaliar se as nomeações são necessárias neste ano. Novas chamadas, segundo ela, estão suspensas. "Novas contratações vão ser olhadas com lupa", avisou Miriam Belchior. Serão autorizadas apenas nomeações temporárias ou concursos autorizados por medida judicial. A medida afeta todo o funcionalismo público, incluindo ministérios, agências reguladoras, autarquias e fundações. O Projeto de Lei Orçamentária estipulava uma projeção entre criação e provimento de cargos um total de 40 mil vagas.
Caetano Veloso também está autorizado a mamar na teta pública

O Ministério da Cultura voltou atrás e autorizou os produtores do músico baiano Caetano Veloso a usar os benefícios fiscais da Lei Rouanet para bancar os shows de divulgação de seu último CD, o "Zii e Zie". A decisão foi publicada no Diário Oficial da União de segunda-feira - 28 de março, assinada pelo secretário-executivo adjunto do ministério, Gustavo Carneiro Vidigal Cavalcanti. No dia 21 de maio passado, a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, que analisa os projetos aspirantes ao benefício da Lei Rouanet, decidiu que o "Tour Caetano Veloso", no valor de R$ 2 milhões, não precisava de incentivo por ser comercialmente viável. Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano Veloso e sua empresário, exerceu forte pressão para que o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, revisse a decisão e autorizasse o uso de dinheiro público, via renúncia fiscal das empresas patrocinadoras, para divulgar o show. Ferreira sinalizou que a decisão seria reformada, mas negou que Paula Lavigne o tivesse pressionado: "Ela não fez nenhum sauê, apenas ligou para mim e perguntou qual critério tinha sido utilizado para Caetano, que ela não percebia que tinha sido usado para outras pessoas". A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura é um órgão colegiado que pertence ao Ministério da Cultura. O ministro pode, a seu critério, rever as decisões da comissão. O ministério informou, no entanto, que a decisão publicada no Diário Oficial não foi do ministro, mas uma revisão da própria CNIC, à luz do compromisso dos produtores de Caetano Veloso de baratear os ingressos. Com a decisão publicada agora, os produtores de Caetano foram autorizados a captar R$ 1,7 milhão. O valor representa R$ 300 mil a menos do que os R$ 2 milhões solicitados originalmente. Como condição, o ministério exigiu a redução dos ingressos, para R$ 40,00 e R$ 20,00 (inteiro e meia entrada).

PS: Como se vê, são todos amigos, do mesmo circuito, se ligam com grande facilidade, e se interpelam sem nenhum óbice.
A classe artística se tornou completamente cortesã, vivendo com dinheiro público facilitado pelos companheiros.
Elizabeth Taylor deixou fortuna para fundações que combatem a Aids

Conhecida por ser uma das celebridades mais engajadas na luta contra a Aids, a atriz Elizabeth Taylor, que faleceu na quarta-feira - 23 de março, deixou boa parte de seu espólio, avaliado em US$ 600 milhões, para caridade, incluindo duas fundações de combate à doença.
Segundo o testamento da atriz, sua famosa coleção de joias – estimada em US$ 150 milhões – irá a leilão e a renda será doada às instituições Elizabeth Taylor AIDS Foundation e amfAR (Fundação americana de pesquisa sobre a Aids), centros de pesquisa de cura e de tratamento a pacientes soropositivos, que a atriz ajudou a fundar.
Liz Taylor se tornou a primeira celebridade a combater a doença, ainda no começo dos anos 1980.
Nenhuma outra celebridade, exceto talvez a Princesa Diana, foi tão comprometida no levantamento de recursos para financiar a pesquisa contra a doença, numa época na qual causava medo e as pessoas enfermas eram estigmatizadas.
A atriz fundou a AmfAR (Fundação americana de pesquisa sobre a Aids), sua primeira fundação para combater a Aids, em 1985, após a morte do amigo e astro de Hollywood Rock Hudson, com quem contracenou em “Assim Caminha a Humanidade”, lançado em 1956. A atriz era confidente do galã, que escondeu durante a maior parte da vida que era gay.
Rock Hudson, amigo de Liz Taylor, morreu de complicações ligadas à Aids.
Elizabeth Taylor lançou sua própria Fundação contra a Aids em 1991 - Elizabeth Taylor AIDS Foundation -, tendo recebido, no ano seguinte, o prêmio Jean Hersholt.

PS: Os filhos da atriz, Michael e Christopher Wilding, Lisa Todd e Maria Burton, acreditam que o assistente gay de Taylor, Jason Winters, é quem ficará com o dinheiro.

Rock Hudson e Elizabeth Taylor

segunda-feira, 28 de março de 2011

Mensalão: em agosto, prescreve crime de "quadrilha"

Na política, como se sabe, o tempo faz justiça aos malfeitores.
Quando o julgamento chega, os réus já estão a salvo.
O mensalão, escândalo de 2005, é mais um desses casos em que o crime está do lado e a Justiça mora longe.
Dentro de escassos cinco meses, as acusações do processo que corre no Supremo Tribunal Federal começam a ser recobertas pelo pó da prescrição.
O primeiro crime a prescrever, em agosto, será o de "formação de quadrilha".
Entre todos os delitos mencionados nos autos, esse é o principal. Há no banco de réus do Supremo 38 pessoas.
Desse total, nada menos que 22 foram enquadrados por "formação de quadrilha". Entre eles José Dirceu, o “chefe” segundo o Ministério Público.


Prescrição de crime de "quadrilha" esvazia processo do mensalão
O processo de desmantelamento do esquema conhecido como mensalão federal (2005), a pior crise política do governo Lula, já tem data para começar: será a partir da última semana de agosto, quando vai prescrever o crime de formação de quadrilha. O crime, citado por mais de 50 vezes na denúncia do Ministério Público - que foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF) -, é visto como uma espécie de "ação central" do esquema, mas desaparecerá sem que nenhum dos mensaleiros tenha sido julgado. Entre os 38 réus do processo, 22 respondem por formação de quadrilha.
Para além do inevitável, que é a prescrição pelo decorrer do tempo, uma série de articulações deve sentenciar o mensalão ao esvaziamento.
Apontado pelo Ministério Público como o "chefe" do esquema, o ex-ministro José Dirceu parece estar mais próximo da absolvição.
O primeiro sinal político concreto em prol da contestação do processo do mensalão foi dado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao deixar o governo, ele disse que sua principal missão, a partir de janeiro de 2011, seria mostrar que o mensalão "é uma farsa". E nessa trilha, lentamente, réus que aguardam o julgamento estão recuperando forças políticas, ocupando cargos importantes na Esplanada.

Um dos fatos dessa articulação envolveu a indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e mostrou a preocupação do governo com o futuro do mensalão na Corte Suprema. Numa sabatina informal com Fux, um integrante do governo perguntou ao então candidato: "Como o senhor votará no mensalão?". Fux deu uma resposta padrão: se houvesse provas, votaria pela condenação; se não houvesse, pela absolvição. Foi uma forma de Fux não se comprometer.
A pergunta foi feita também a outros candidatos à vaga. Até o julgamento do processo, a presidenta Dilma Rousseff deverá indicar mais dois integrantes da Corte. Nas novas definições, disseram integrantes do governo, haverá a mesma preocupação com o julgamento.

Entre os atuais ministros do STF, causa também certa estranheza o fato de o ministro José Antônio Dias Toffoli participar do julgamento. Advogado do PT, ex-assessor da liderança do partido na Câmara e subordinado a José Dirceu na Casa Civil, Toffoli já participou do julgamento de recursos do mensalão.
Um dos ministros do Supremo lembra que o ex-ministro Francisco Rezek se declarou não apto a participar do julgamento no STF do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Rezek fora nomeado ministro de Relações Exteriores no governo Collor e depois voltou ao Supremo, indicado também por Collor. Por isso, achava que não teria isenção para julgar o caso.

Há também em curso costuras políticas para fortalecer petistas réus do mensalão. Um exemplo recente dessa movimentação foi a nomeação do ex-deputado José Genoino, na época do escândalo presidente do PT, para o cargo de assessor especial do Ministério da Defesa pelo ministro Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo, a pedido de petistas.

O PT também conseguiu eleger para a comissão mais importante da Câmara, a de Constituição e Justiça (CCJ), João Paulo Cunha (PT-SP), outro réu do mensalão. Segundo políticos que acompanham o processo, a indicação para a CCJ pode garantir-lhe uma certa blindagem.



Para além de ações políticas com intuito de enfraquecer a tese do mensalão, há empecilhos naturais numa investigação complexa que envolve 38 réus. A começar pela dificuldade de obter provas de todas as denúncias. Ministros do Supremo são unânimes ao dizer que muitos dos réus, inclusive figuras centrais, deverão ser absolvidas.

Pelo calendário informal do ministro Joaquim Barbosa, toda a instrução do processo estará concluída em abril ou maio. Depois disso, ele terá de analisar as mais de 42 mil páginas, reunidas em mais de 200 volumes, com quase 600 depoimentos e um calhamaço de provas colhidas.
Ao terminar seu voto, o que deve fazer até o final do ano ou no início de 2012, Barbosa repassará todo esse volume de informações para o colega que está incumbido de revisar o caso, o ministro Ricardo Lewandowski. O ministro terá igualmente de ler todos esses documentos para preparar um voto revisor.
Com isso, o processo estaria pronto para ser colocado em pauta no segundo semestre de 2012. Porém, não seria prudente o STF julgar neste período uma ação com potencial para interferir na eleição municipal. O julgamento ficaria para 2013, oito anos depois de descoberto o mensalão.



Dirceu deve escapar de condenação por corrupção, também.

A história do tribunal mostra que as poucas condenações do STF só ocorreram quando obtidas provas cabais, impossíveis de serem contestadas. Por isso, dizem os ministros, seria praticamente impossível encontrar provas suficientes para condenar José Dirceu por corrupção ativa. Com a prescrição do crime de formação de quadrilha, nada sobraria contra ele no tribunal.



As principais "conspirações" contra o processo do mensalão:

1- Quadrilha: prescrição
O crime de formação de quadrilha, a acusação que é a espinha dorsal do esquema do mensalão, prescreve em agosto. Dos 38 réus que continuam a responder ao processo, 22 respondem também por esse crime. O ex-ministro José Dirceu não poderá mais ser acusado de chefiar a quadrilha.

2- Mais duas indicações
Nas últimas indicações para o STF, o ex-presidente Lula demonstrou preocupação especial com o julgamento do mensalão. Antes de ser indicado, Luiz Fux, por exemplo, foi questionado por um integrante do governo como votaria no julgamento. Até o final de 2012, a presidenta deve indicar mais dois ministros.

3- Toffoli quer julgar
Antes de chegar ao STF, o ministro José Antonio Dias Toffoli advogou para o PT, foi da liderança do PT na Câmara e na Casa Civil era hierarquicamente subordinado a José Dirceu. Mesmo assim, ele deve participar do julgamento. Seus colegas de tribunal, reservadamente, têm criticado essa postura.

4- O renascimento
Réus do processo passaram a ocupar postos altos nas estruturas dos poderes. João Paulo Cunha (PT-SP) foi eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. José Genoino foi nomeado assessor especial no Ministério da Defesa, comandado por Nelson Jobim, ex-presidente do STF.

5- Delúbio, o retorno
Afastado do PT desde 2005, quando foi acusado de intermediar o pagamento de mesada aos parlamentares, o ex-tesoureiro Delúbio Soares articula seu retorno ao partido e já tem votos suficientes para isso. O mesmo caminho deve seguir Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT.

6- Período eleitoral
Dificilmente o Supremo julgará o processo do mensalão durante as eleições municipais de 2012. Ministros do Supremo Tribunal disseram que isso seria visto como uma interferência indireta no processo eleitoral.

7- Provas frágeis
Ministros do STF consideram praticamente impossível que o Ministério Público obtenha provas concretas da prática de todos os crimes denunciados. Sem essa comprovação cabal, eles adiantam que não terão como condenar os réus.

8- Ausência e atraso
Ao contrário do seu antecessor, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, não tem dado atenção especial para o processo. Sem esse acompanhamento, alguns pedidos de diligência acabaram por atrasar a conclusão do processo.

9- Seis anos depois
O processo do mensalão deve ser julgado apenas em 2013 pelo STF, seis anos após o recebimento da denúncia. Assim como ocorreu com o caso Collor, até a data do julgamento, o escândalo já estava praticamente diluído na opinião pública.

O deputado José Janene (PP-PR) morreu e, por isso, foi excluído da ação.
O ex-secretário geral do PT Sílvio Pereira fechou um acordo para cumprir pena alternativa e também não responde mais à ação.