Mais 12 carros foram queimados em Berlim no quarto dia seguido de ataques que intrigam a polícia e que geram temores de que a onda de distúrbios que atingiu o Reino Unido na semana passada possa de alguma forma estar se repetindo na capital alemã.
Desde o início do mês, 75 carros foram queimados. A situação levou até a chanceler Angela Merkel a se manifestar, condenando os incidentes "que colocam em risco a vida" dos berlinenses.
Nas primeiras noites, os ataques tinham como alvo carros de luxo em bairros como Friedrichshain e Kreuzberg, tradicionais redutos de imigrantes e de grupos ligados a anarquistas e de extrema esquerda.
O prefeito Klaus Wowereit chegou a falar em motivação política, mas, com a aparição de carros queimados em bairros de classe média e alta, mudou o discurso.
- Os últimos incidentes são diferentes. O fogo está indo além dessa áreas - afirmou Wowereit. - São atos de puro vandalismo.
Carros queimados não são uma novidade em Berlim, mas o que assusta é a frequência com que os ataques vêm acontecendo em 2011. Este ano já foram 159, 19 a mais que 2010 inteiro.
A polícia, por enquanto, prefere falar em atos de vandalismo e oferece 5 mil euros por informações que levem a algum responsável pelas ações.
- Nós não sabemos exatamente a razão para isso - disse Guido Busch, porta-voz da polícia. - Mas acreditamos que seja o ato de apenas um grupo de pessoas, um ato de vandalismo sem motivação política.
Até agora apenas uma pessoa foi presa por ligação com os ataques, um desempregado de 43 anos que incendiou um BMW.
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